Correio de Carajás

“Eu acredito que hoje a justiça vai ser feita”, diz mãe de Flávia Alves

Mãe de Flávia, Paula afirma que o sentimento é de justiça/ Fotos: Evangelista Rocha
Por: Milla Andrade e Luciana Araújo

O Fórum Juiz José Elias Monteiro Lopes, localizado na Cidade Nova, está realizando nesta segunda-feira (17) o Tribunal do Júri contra o réu Willian Araújo Sousa, o Will Sousa, acusado de assassinar a tatuadora Flávia Alves. O caso, ocorrido em 2024, gerou grande comoção no município e volta ao centro das atenções após a decisão da Justiça de realizar a sessão a portas fechadas.

O Correio de Carajás esteve em frente ao Fórum e conversou com a mãe da vítima, Paula Carneiro, que chegou ao local nas primeiras horas da manhã, cobrando por justiça. “Meu sentimento é por justiça, eu quero que ele seja julgado, que ele seja condenado nos rigores da lei”, pede.

Para ela, o que move a família é a busca por justiça. “Muitos falam em vingança, não, é justiça, a pessoa fez, tirou uma vida, tem que pagar. Para que sirva de exemplo, para que outros não venham fazer a mesma coisa”, explica Paula.

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Ela ainda compartilha que a decisão de impedir a presença do público no plenário, tomada na última sexta-feira (14), foi recebida com frustração pela família. “Foi um impacto, foi anunciado à tarde e todo mundo esperava para acompanhar o julgamento. Eu entendo que sejam portas fechadas para a população, mas pelo menos que fosse online para o pessoal acompanhar em casa, porque a expectativa em Marabá e fora também é muito grande”.

O julgamento acontece nesta segunda-feira (17), de portas fechadas

Paula finaliza afirmando que confia no trabalho dos profissionais que atuam no caso. “Eu acredito que hoje a justiça vai ser feita. A defesa pode fazer a peça que foi montada, dizem que todo réu tem direito à defesa, tudo bem, eu confio no trabalho e na justiça”, encerra.

No local, o Correio também conversou com a assistência de acusação, formada pelos advogados Diego Souza e Arnaldo Ramos, que atuarão em conjunto com o Ministério Público, através da promotora Cristiane Magela.

Em sua fala, Arnaldo destaca a robustez do processo e a confiança na condenação, afirmando que as provas sustentam com clareza a tese da acusação. “As provas são robustas. Nós acreditamos em um julgamento justo e na condenação exemplar para que esse crime não se repita nem em Marabá, nem em lugar nenhum”, diz o advogado.

Arnaldo Ramos: “As provas são robustas. Acreditamos em um julgamento justo e numa condenação exemplar”

O advogado também comentou a determinação de fechar o julgamento ao público. “É natural. A decisão judicial tem que ser respeitada, até pela repercussão dos fatos, até para que o réu não sofra nenhum constrangimento e possa ter também um julgamento justo, que é tanto o que a defesa quer, como também a assistência da acusação e o Ministério Público”, explica Arnaldo.

A sessão se estende durante todo o dia, com oitiva de testemunhas e debates entre acusação e defesa. A sentença deve ser anunciada após a decisão dos jurados.

RELEMBRE O CASO

Flávia Alves desapareceu em 15 de abril de 2024, após ser vista entrando no carro de Will Sousa, colega de profissão. A Polícia Civil iniciou investigações e, em 25 de abril, prendeu o tatuador e sua esposa durante a Operação Anástasis. No mesmo dia, o corpo da jovem foi encontrado em uma cova rasa na zona rural entre Jacundá e Nova Ipixuna.

O laudo do IML apontou morte por estrangulamento, e perícias indicaram que o crime ocorreu dentro do veículo de Will. Ele foi denunciado por homicídio qualificado, feminicídio, ocultação de cadáver e fraude processual.