Um termo de cooperação assinado entre a Fundação Renova e a Fundação Espírito-Santense de Tecnologia (Fest) permitirá a realização de um estudo sobre a biodiversidade da porção capixaba do Rio Doce. Serão monitorados 230 pontos, incluindo uma larga região oceânica no entorno da foz, entre Guarapari (ES) e Porto Seguro (BA).
A pesquisa terá a participação de pesquisadores de mais de 24 instituições em todo o país. Eles vão investigar a qualidade da água, os sedimentos, as condições de marés e ondas, os manguezais e as restingas. Serão observados ainda o comportamento de seres vivos, de bactérias a baleias. Análises irão aferir a concentração de contaminantes em peixes e camarões, entre outros organismos.
A Fundação Renova foi criada para reconstruir as comunidades e conduzir a recuperação do meio ambiente após o rompimento de uma barragem da mineradora Samarco em Mariana (MG), em novembro de 2015. No episódio, considerado a maior tragédia ambiental do Brasil, foram liberados no ambiente cerca de 39 milhões de metros cúbicos de rejeitos, que destruíram distritos, devastaram a vegetação nativa e poluíram mananciais da Bacia do Rio Doce.
Leia mais:A criação da Fundação Renova é parte de acordo firmado entre o governo federal, os governos de Minas Gerais e do Espírito Santo, a Samarco e suas acionistas, Vale e BHP Billiton. Embora este acordo ainda não tenha sido homologado judicialmente, ele vem sendo colocado em prática.
Resultados
A previsão é de que o monitoramento dure cinco anos e, no primeiro ano, serão coletadas cerca de 43 mil amostras de água, sedimentos, animais e vegetais. Os pesquisadores farão uso de drones, aeronaves, embarcações, sensores, boias automatizadas e imagens de satélite. O investimento previsto no termo de cooperação é de R$ 120 milhões.
Semestralmente, um workshop com a participação dos órgãos públicos ambientais será organizado para apresentação de resultados. “Os resultados do estudo ajudarão a mensurar os impactos do rejeito da barragem de Fundão sobre o ambiente e poderão dar subsídios para a tomada de decisão sobre a sanidade do pescado e indicar eventuais medidas reparatórias”, informa a nota da Fundação Renova. (Agência Brasil)