Uma pesquisa encontrou pegadas semelhantes de dinossauros no Brasil e em Camarões, na África. O achado em lados opostos do Atlântico sugere que os dinossauros podem ter vagado por um corredor estreito que conectava a América do Sul e a África, antes dos continentes se separarem.
A pesquisa foi publicada pelo Museu de História Natural do Novo México e tem como um dos autores o geólogo e pesquisador brasileiro Ismar de Souza Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
➡️ Os pesquisadores encontraram mais de 260 pegadas a mais de 3.700 milhas de distância entre o Brasil e Camarões. Isso significa que esses animais teriam andado uma distância de 5,9 mil quilômetros.
Leia mais:As pegadas foram feitas há cerca de 120 milhões de anos e estavam preservadas na lama e lodo onde, antes, havia rios e lagos. No Brasil, elas foram encontradas no Planalto da Borborema, no nordeste. Já na África, foram descobertas em Camarões.
➡️ A maioria dos registros foi deixada por carnívoros terópodes de três dedos, que tendiam a ser bípedes. Algumas também foram feitas por saurópodes de pescoço longo ou por ornitísquios, uma superfamília diversa de herbívoros.
Segundo os pesquisadores, a semelhança traz respostas sobre o comportamento dos animais, que se moveram de um continente ao outro pelo que chamam de ‘Corredor de Dispersão de Dinossauros’, que existia antes da separação dos continentes, quando ainda havia o supercontinente Gondwana.
➡️ Há milhões de anos, a configuração dos continentes não era como conhecemos hoje; havia o que os pesquisadores chamam de ‘supercontinente’. Ele unia o que hoje são a América do Sul, África, Índia (na Ásia), além da Austrália e Antártica.
As pegadas indicam, segundo os estudiosos, que havia um corredor estreito entre o Brasil e a África e que havia movimento dos animais nessa região. A pesquisa indica que o limite nordeste da região da Borborema, no nordeste brasileiro, estava encostado na África, na área que se tornaria, depois, o Golfo da Guiné.
“As pegadas de dinossauros nos ajudam a entender a história geológica de uma região que se separou há milhões de anos”, disse ao jornal The New York Times o pesquisador Louis L. Jacobs, paleontólogo da Southern Methodist University, no Texas, e principal autor do estudo.
(Fonte:G1)