O maior concurso da história do país em número de inscritos, o Concurso Público Nacional Unificado (CNU) ou, simplesmente, “Enem dos concursos”, será realizado no próximo domingo (18).
Estão em jogo 6.640 vagas em 21 órgãos federais. E, apesar do número de oportunidades, a concorrência é alta: mais de 2 milhões de pessoas se inscreveram.
Na disputa por um cargo bem remunerado (o maior salário inicial é de R$ 22,9 mil), é comum que, nessa reta final, os candidatos pensem em fazer uma “maratona” dos conteúdos que serão abordados.
Leia mais:Mas especialistas em concursos afirmam que essa não é uma boa estratégia. O melhor é revisar as matérias já estudadas e investir no bem-estar, dizem eles.
Ao g1, três professores especialistas em concursos públicos explicam o que é importante fazer e evitar na semana que antecede o “Enem dos concursos”.
Vale a pena estudar matérias novas?
Não. Investir em conteúdos que ainda não foram estudados pode atrapalhar a memorização das matérias já exploradas pelos candidatos, afirma Eduardo Cambuy.
“É melhor garantir o que já foi estudado. Não é hora de aprender assuntos novos. Tem candidato que não reprova por falta de conhecimento, mas por escorregar em temas que já viu.”
A recomendação, na reta final, é investir em uma boa revisão e colocar os conteúdos estudados em prática, respondendo questões de concursos anteriores.
Como fazer uma revisão?
Longe de ser uma “decoreba”, a revisão auxilia no processo de retenção de conhecimento, explica o coordenador e professor da Gran Cursos, Carlinhos Costa.
Ela pode ser feita através dos resumos produzidos pelos próprios estudantes. Elaborar um mapa mental – diagrama que ajuda a explicar conceitos de forma objetiva – a partir das anotações também é uma forma eficaz de memorização.
“Vale olhar os conteúdos cobrados e explicar (oralmente ou por escrito) tudo o que você sabe sobre cada um. É um exercício mental”, ensina Costa.
“A ideia é se preparar como se fosse uma luta. Então, você precisa antecipar o que pode acontecer para não ser pego de surpresa.”
Fazer simulados é uma boa estratégia, apesar do CPNU ser inédito?
Sim. Mais que revisar os estudos, fazer simulados ajuda na preparação física e mental. Isso acontece porque os candidatos colocam os conhecimentos em prática ao mesmo tempo em que lidam com fatores externos, como a gestão de tempo e o desgaste físico.
🤔 Mas como simular uma prova inédita? Na internet, é possível encontrar cadernos de questões de outros concursos.
A dica da Viviane Rocha, professora de técnicas de estudo da Central de Concursos, é escolher questões de concursos anteriores que possuam as mesmas temáticas que serão abordadas no “Enem dos concursos”.
“É uma ferramenta boa porque vai levar o aluno a um diagnóstico. Ele vai identificar quais são os conteúdos em que tem mais dificuldade. O ideal é fazer o simulado até quatro dias antes para dar tempo de estudar o que errou.”
Outro ponto que merece atenção durante o simulado é o preenchimento do gabarito. Segundo Eduardo Cambuy, é comum que os estudantes se esqueçam de reservar um tempo para o cartão de respostas.
“Leva uns 20 minutos para preencher. Uma dica que eu dou é, no gabarito, fazer um pontinho na alternativa que você tem certeza, sem pintar completamente cédula. Assim, mesmo se acontecer do candidato pular uma linha enquanto preenche, as respostas corretas não serão afetadas.”
Posso trocar conhecimentos com outros candidatos?
Não é uma prática recomendável. Se comparar com outro candidato pode provocar o sentimento de inferioridade e afetar o desempenho, explica Carlinhos Costa.
“Eu já fiz muito disso, de me comparar com os outros e pensar que eles estavam mais capacitados. Mas, na hora da prova, eu fui melhor. Isso acontece porque exigem outros fatores de interferência.”
Ainda segundo o coordenador da Gran Cursos, a comparação ocorre principalmente em vagas com maior concentração de inscritos.
Porém, na prática, isso não significa que todos disputarão de forma igual. “Não é todo mundo que se prepara da mesma forma. Além disso, tem a questão da abstenção. A previsão é de que vários desistam.”
Não me alimento de forma saudável. Devo mudar minhas refeições antes da prova?
A recomendação é que os candidatos não façam mudanças radicais na alimentação e nem na rotina.
“Qualquer mudança radical vai fazer seu corpo reclamar disso. Então, se você está acostumado a jantar rabada às onze da noite e mantém o seu foco no dia seguinte, continue”, orienta o coordenador da Gran Cursos.
No dia de aplicação, é importante evitar qualquer tipo de situação atípica. Isso inclui tempo insuficiente de sono, consumir alimentos e suplementos vitamínicos que nunca foram experimentados anteriormente e até exagerar nas atividades físicas.
Preciso evitar festas e reuniões?
Cada candidato deve avaliar o seu limite, já que existem pessoas que não têm a rotina afetada após participarem de eventos.
Por outro lado, a recomendação é que se evite consumir bebidas alcoólicas às véspera da prova para impedir a “ressaca”, afirma Eduardo Cambuy.
“O candidato que está focado não se importa com um show, festa. O foco dele é a prova. Mas também tem o candidato que já fez tudo o que podia e só precisa de um momento de distração. Lógico, tudo com moderação.”
(Fonte:G1)