Correio de Carajás

Estrutura: MPE já tentou intervir, em vão

Em setembro de 2016, a promotora de Justiça do Consumidor em Marabá, Aline Tavares Moreira, cobrou esclarecimentos da direção dos Correios em Marabá sobre uma possível precariedade na entrega de cartas e encomendas por parte dos Correios na Nova Marabá.

Em reposta, o diretor da empresa federal da época, Edilzio Eduardo Pinheiro Júnior, explicou que “os principais problemas para a distribuição postal são falta da informação do número do imóvel nas correspondências, numeração irregular dos imóveis (não ordenada e divididas em lados par/ímpar); numeração repetida dos imóveis em um mesmo trecho; repetição do nome de logradouros dentro do mesmo bairro; endereçamento inadequado pelo cliente por Folha/Quadra/Lote/bairro, quando o correto deveria ser logradouro/número/bairro”.

Ele também elencou como problema sério a falta de plaqueamento para identificar os logradouros. Na mesma resposta enviada na época, havia ainda a informação de que esta situação teria sido repassada à gestão municipal de Marabá ainda no ano de 2012, mas que nunca foi resolvida. Pelo que se vê é que o procedimento acabou arquivado e os usuários continuaram à mercê do serviço precário prestado.

Leia mais:

Urbanização

O projeto da Nova Marabá foi concebido num contexto em que a sede municipal de Marabá sofria com recorrentes cheias, que alagavam vastas áreas de grande concentração demográfica na cidade, que era justamente a Marabá Pioneira, onde se concentrava praticamente toda a “vida” do município.

#ANUNCIO

Desde a década de 1930 foram feitas tentativas de transferir a cidade para uma área não vulnerável a enchentes, conforme revela pesquisa denominada da “A influência do governo federal sobre cidades na Amazônia: os casos de Marabá e Medicilândia”, produzida pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA), da Universidade Federa do Pará (UFPA).

Embora a Velha Marabá fosse estratégica comercialmente, não poderia suportar áreas residenciais, visto sua condição vulnerável às enchentes, diante disso começaram os povoamentos da Nova Marabá e quase que simultaneamente da Cidade Nova, na época chamada de Quindangues.

Na década de setenta, o governo federal, por intermédio da SUDAM, promoveu as primeiras ações de planejamento urbano e desenvolveu um projeto urbanístico para Marabá. Estudos de viabilidade foram feitos para a definição do melhor sítio para a expansão da cidade e para a implantação da “Nova Marabá”. Este projeto ficou conhecido como Plano de Expansão Urbana de Marabá (PEUM).

Ocorre que a famosa enchente de 1980 fez com que o governo federal agilizasse as obras. No entanto, logo após o estabelecimento do distrito, o projeto foi abandonado, de modo que a área foi transferida em 1981 para o município, assim como a responsabilidade de garantir a ocupação ordenada das Folhas não implantadas.

Árvore urbana

De acordo com o Relatório de Avaliação dos Planos Diretores Participativos (PDP): Município de Marabá, feito pelo Ministério das Cidades, a proposta de Joaquim Guedes, que foi selecionada em concurso, reforçou a noção de hierarquização das ruas, pelo sistema de Folhas, constituído por uma malha ligeiramente deformada de avenidas de maior velocidade que modulam o distrito e contêm as unidades menores (Folhas), onde as ruas acompanham declividades e geralmente recorrem ao cul-de-sac (final de rua sem saída, com uma área maior e geralmente arredondada, para a manobra de veículos), para limitar a interferência do tráfego nas moradias.

Mas, segundo explicou Mancipor Lopes, da SDU, vários destes cul-de-sac acabaram sendo modificados e feitos rasgos que dão acesso a VEs e VPs, o que alterou o projeto original. Alterou-se também a ocupação de áreas verdes, em vários pontos, que deveriam margear os imensos retornos (espaços não edificáveis), que foram projetados para atuar como “esponjas” de absorção das águas das chuvas, associadas a grotas e varjões existentes.

Esteticamente, o projeto teria sido inspirado, ainda segundo o Ministério das Cidades, em uma estrutura vegetal, que lembrava uma árvore, onde os troncos seriam os “eixos viários periféricos”, os galhos “o sistema viário principal de penetração” e as “Folhas” as comunidades localizadas que correspondem aos bairros.

Essa planta teria como objetivo permitir a expansão futura da cidade de modo “sistematizado”, sendo mantido o contato com a floresta por meio de áreas de preservação.

(Chagas Filho)

Em setembro de 2016, a promotora de Justiça do Consumidor em Marabá, Aline Tavares Moreira, cobrou esclarecimentos da direção dos Correios em Marabá sobre uma possível precariedade na entrega de cartas e encomendas por parte dos Correios na Nova Marabá.

Em reposta, o diretor da empresa federal da época, Edilzio Eduardo Pinheiro Júnior, explicou que “os principais problemas para a distribuição postal são falta da informação do número do imóvel nas correspondências, numeração irregular dos imóveis (não ordenada e divididas em lados par/ímpar); numeração repetida dos imóveis em um mesmo trecho; repetição do nome de logradouros dentro do mesmo bairro; endereçamento inadequado pelo cliente por Folha/Quadra/Lote/bairro, quando o correto deveria ser logradouro/número/bairro”.

Ele também elencou como problema sério a falta de plaqueamento para identificar os logradouros. Na mesma resposta enviada na época, havia ainda a informação de que esta situação teria sido repassada à gestão municipal de Marabá ainda no ano de 2012, mas que nunca foi resolvida. Pelo que se vê é que o procedimento acabou arquivado e os usuários continuaram à mercê do serviço precário prestado.

Urbanização

O projeto da Nova Marabá foi concebido num contexto em que a sede municipal de Marabá sofria com recorrentes cheias, que alagavam vastas áreas de grande concentração demográfica na cidade, que era justamente a Marabá Pioneira, onde se concentrava praticamente toda a “vida” do município.

#ANUNCIO

Desde a década de 1930 foram feitas tentativas de transferir a cidade para uma área não vulnerável a enchentes, conforme revela pesquisa denominada da “A influência do governo federal sobre cidades na Amazônia: os casos de Marabá e Medicilândia”, produzida pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA), da Universidade Federa do Pará (UFPA).

Embora a Velha Marabá fosse estratégica comercialmente, não poderia suportar áreas residenciais, visto sua condição vulnerável às enchentes, diante disso começaram os povoamentos da Nova Marabá e quase que simultaneamente da Cidade Nova, na época chamada de Quindangues.

Na década de setenta, o governo federal, por intermédio da SUDAM, promoveu as primeiras ações de planejamento urbano e desenvolveu um projeto urbanístico para Marabá. Estudos de viabilidade foram feitos para a definição do melhor sítio para a expansão da cidade e para a implantação da “Nova Marabá”. Este projeto ficou conhecido como Plano de Expansão Urbana de Marabá (PEUM).

Ocorre que a famosa enchente de 1980 fez com que o governo federal agilizasse as obras. No entanto, logo após o estabelecimento do distrito, o projeto foi abandonado, de modo que a área foi transferida em 1981 para o município, assim como a responsabilidade de garantir a ocupação ordenada das Folhas não implantadas.

Árvore urbana

De acordo com o Relatório de Avaliação dos Planos Diretores Participativos (PDP): Município de Marabá, feito pelo Ministério das Cidades, a proposta de Joaquim Guedes, que foi selecionada em concurso, reforçou a noção de hierarquização das ruas, pelo sistema de Folhas, constituído por uma malha ligeiramente deformada de avenidas de maior velocidade que modulam o distrito e contêm as unidades menores (Folhas), onde as ruas acompanham declividades e geralmente recorrem ao cul-de-sac (final de rua sem saída, com uma área maior e geralmente arredondada, para a manobra de veículos), para limitar a interferência do tráfego nas moradias.

Mas, segundo explicou Mancipor Lopes, da SDU, vários destes cul-de-sac acabaram sendo modificados e feitos rasgos que dão acesso a VEs e VPs, o que alterou o projeto original. Alterou-se também a ocupação de áreas verdes, em vários pontos, que deveriam margear os imensos retornos (espaços não edificáveis), que foram projetados para atuar como “esponjas” de absorção das águas das chuvas, associadas a grotas e varjões existentes.

Esteticamente, o projeto teria sido inspirado, ainda segundo o Ministério das Cidades, em uma estrutura vegetal, que lembrava uma árvore, onde os troncos seriam os “eixos viários periféricos”, os galhos “o sistema viário principal de penetração” e as “Folhas” as comunidades localizadas que correspondem aos bairros.

Essa planta teria como objetivo permitir a expansão futura da cidade de modo “sistematizado”, sendo mantido o contato com a floresta por meio de áreas de preservação.

(Chagas Filho)