Correio de Carajás

Escola Militar: Primeiro módulo já está em andamento no Caic

Esta semana, a Polícia Militar deu início ao processo de implantação do primeiro módulo de capacitação na Escola Caic Rio Tocantins, na Nova Marabá. Uma reunião entre a diretoria da escola e os órgãos que irão trabalhar em conjunto no Projeto da Escola Militar deu início à agenda de atividades que serão realizadas na instituição a partir do segundo semestre de 2018.

O primeiro encontro foi com o corpo docente do Caic, que pôde conhecer melhor o Projeto e seus desdobramentos. “Os professores receberam com entusiasmo a novidade. Existia aqui, uma grande dificuldade em relação à ordem, disciplina e regras. Já tivemos casos em que os professores não conseguiam ministrar aula porque o aluno não respeitava”, conta a diretora, Hellen Souza. Cerca de 30 policiais estiveram na escola recebendo instruções sobre aspectos, como formalidade e burocracia.

Segundo o Tenente Coronel Carmo, a partir desta quinta-feira (26) começará o processo efetivo de ocupação na escola. “A PM começa a se fazer presente com regularidade nas dependências da instituição para que os alunos já possam ir se familiarizando com o projeto”, informa.

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O próximo passo será dado no dia 12 de maio, quando ocorre um encontro com o pais dos alunos. Na ocasião, será explicado para eles detalhes sobre o funcionamento da Escola Militar e o lançamento do Projeto 100 dias. “São 100 dias que antecedem a efetivação militar na escola. Neste dia [12] iremos lançar também a logomarca, mostrar o novo uniforme e lançar o site da unidade escolar”, comenta.

Sistema pedagógico

Por meio do Acordo de Cooperação Técnica estabelecido, a partir de agora a Polícia Militar tem a incumbência direta de supervisionar a escola, ou seja, orientar e acompanhar aspectos como o comportamento e a disciplina dos alunos.

Segundo o Tenente Coronel, de certa forma isso acabará interferindo no sistema pedagógico da instituição, embora esse ainda não seja o foco nessa etapa de implantação. “O aluno disciplinado, que tem um horário de estudo, respeita as regras e tem zelo com o patrimônio público, terá um melhor rendimento escolar. Desta forma os pais estarão mais assíduos na vida educacional dos seus filhos”.

Reformulação interna

Questionada pelo CORREIO sobre as alterações no regimento do Caic, a diretora confirmou que haverá uma reformulação interna. “Iremos também modificar o Plano Eco Político Pedagógico (PPP) que é referencial das ações que norteiam a instituição”.

De acordo com ela, o Conselho Municipal de Educação já foi acionado para que novas disciplinas sejam adicionadas à grade curricular, fazendo com que as mudanças necessárias sejam normatizadas de forma correta. O estudo, diz a diretora, não se destina somente a preparar os jovens para o mercado de trabalho ou para buscar uma vaga nas universidades. Para o Coronel Carmo, é importante que os jovens sejam preparados para ver a vida de modo integral, ampliando seus sonhos com o auxílio da família e da sociedade. “Vamos trabalhar como um reforço. Através do civismo, poderemos tratar de valores, soberania e promoção dos direitos humanos”, acentua.

#ANUNCIO

Comunidade diz que sente mais segura com o projeto

Localizado na Folha 13, considerado uma das áreas mais perigosas da cidade, com altos índices de violência, quem vive no entorno do Caic comemora o início do projeto na escola do bairro. O CORREIO conversou com moradores e comerciantes do local e constatou que o clima de satisfação é geral.

Morador da rua há mais de 20 anos, Antônio Valentim, 85 anos, reside em frente à escola e ficou feliz ao saber que as crianças que moram nas cercanias do prédio onde o projeto está sendo desenvolvido também poderão ser influenciadas para o exercício pleno da cidadania. Além disso, ele garante que desde que os policiais começaram a comparecer na escola, ele e a família estão se sentindo mais seguros.

“Vivemos em um bairro violento. Cansei de ver gente pulando o muro da escola para ficar lá dentro usando drogas ou depredando as coisas. Agora, com a PM aqui, isso não vai mais acontecer”, torce, esperançoso.

A comerciante Lenir Pinheiro, possui uma lanchonete há 15 anos na rua do Caic. Ela relatou para a reportagem que agora tem esperança de que a vida das crianças do bairro, principalmente, as que estudam na escola, melhore. “Infelizmente, eles sofrem muita influência do lado externo e isso reflete dentro da escola. Mas creio que agora eles irão tomar consciência e saber diferenciar o certo do errado” frisa.

Ainda segundo Lenir, a situação estava tão crítica dentro da escola que a diretora e os professores ficavam amedrontados com algumas situações que ocorriam no interior do prédio. “Chamavam os guardas municipais, acalmava por um tempo, mas daqui a pouco já estavam fazendo baderna novamente. As crianças são muito rebeldes, elas precisam de regras e limites”, acredita.

Projeto

Informados pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) no ano de 2017 sobre ser uma possível candidata a receber o Projeto Escola Militar, a diretora Hellen Souza, que está no cargo há 10 anos, afirma que a notícia foi recebida com entusiasmo por todos.

“Já possuíamos uma parceria com a PM e a Guarda Municipal, tendo em vista que estamos sempre buscando melhorias para a escola. Nossa área [Folha 13] é muito vulnerável à violência e esse projeto vai auxiliar a comunidade também”, confia.

A diretora afirma que já vem percebendo mudanças no comportamento dos alunos e na postura da comunidade. “Essa possibilidade de melhorar a condição de vida dessas crianças, fomentar uma educação de qualidade e possibilitar um ambiente agradável para o trabalho dos nossos educadores é o objetivo principal do projeto”, afirma.

Cerca de 930 alunos, dos ensinos fundamental e médio serão atingidos com o projeto. Hellen informou também que nos próximos dias a Prefeitura de Marabá estará reformando a Escola Caic Rio Tocantins. 

(Ana Mangas)

 

Esta semana, a Polícia Militar deu início ao processo de implantação do primeiro módulo de capacitação na Escola Caic Rio Tocantins, na Nova Marabá. Uma reunião entre a diretoria da escola e os órgãos que irão trabalhar em conjunto no Projeto da Escola Militar deu início à agenda de atividades que serão realizadas na instituição a partir do segundo semestre de 2018.

O primeiro encontro foi com o corpo docente do Caic, que pôde conhecer melhor o Projeto e seus desdobramentos. “Os professores receberam com entusiasmo a novidade. Existia aqui, uma grande dificuldade em relação à ordem, disciplina e regras. Já tivemos casos em que os professores não conseguiam ministrar aula porque o aluno não respeitava”, conta a diretora, Hellen Souza. Cerca de 30 policiais estiveram na escola recebendo instruções sobre aspectos, como formalidade e burocracia.

Segundo o Tenente Coronel Carmo, a partir desta quinta-feira (26) começará o processo efetivo de ocupação na escola. “A PM começa a se fazer presente com regularidade nas dependências da instituição para que os alunos já possam ir se familiarizando com o projeto”, informa.

O próximo passo será dado no dia 12 de maio, quando ocorre um encontro com o pais dos alunos. Na ocasião, será explicado para eles detalhes sobre o funcionamento da Escola Militar e o lançamento do Projeto 100 dias. “São 100 dias que antecedem a efetivação militar na escola. Neste dia [12] iremos lançar também a logomarca, mostrar o novo uniforme e lançar o site da unidade escolar”, comenta.

Sistema pedagógico

Por meio do Acordo de Cooperação Técnica estabelecido, a partir de agora a Polícia Militar tem a incumbência direta de supervisionar a escola, ou seja, orientar e acompanhar aspectos como o comportamento e a disciplina dos alunos.

Segundo o Tenente Coronel, de certa forma isso acabará interferindo no sistema pedagógico da instituição, embora esse ainda não seja o foco nessa etapa de implantação. “O aluno disciplinado, que tem um horário de estudo, respeita as regras e tem zelo com o patrimônio público, terá um melhor rendimento escolar. Desta forma os pais estarão mais assíduos na vida educacional dos seus filhos”.

Reformulação interna

Questionada pelo CORREIO sobre as alterações no regimento do Caic, a diretora confirmou que haverá uma reformulação interna. “Iremos também modificar o Plano Eco Político Pedagógico (PPP) que é referencial das ações que norteiam a instituição”.

De acordo com ela, o Conselho Municipal de Educação já foi acionado para que novas disciplinas sejam adicionadas à grade curricular, fazendo com que as mudanças necessárias sejam normatizadas de forma correta. O estudo, diz a diretora, não se destina somente a preparar os jovens para o mercado de trabalho ou para buscar uma vaga nas universidades. Para o Coronel Carmo, é importante que os jovens sejam preparados para ver a vida de modo integral, ampliando seus sonhos com o auxílio da família e da sociedade. “Vamos trabalhar como um reforço. Através do civismo, poderemos tratar de valores, soberania e promoção dos direitos humanos”, acentua.

#ANUNCIO

Comunidade diz que sente mais segura com o projeto

Localizado na Folha 13, considerado uma das áreas mais perigosas da cidade, com altos índices de violência, quem vive no entorno do Caic comemora o início do projeto na escola do bairro. O CORREIO conversou com moradores e comerciantes do local e constatou que o clima de satisfação é geral.

Morador da rua há mais de 20 anos, Antônio Valentim, 85 anos, reside em frente à escola e ficou feliz ao saber que as crianças que moram nas cercanias do prédio onde o projeto está sendo desenvolvido também poderão ser influenciadas para o exercício pleno da cidadania. Além disso, ele garante que desde que os policiais começaram a comparecer na escola, ele e a família estão se sentindo mais seguros.

“Vivemos em um bairro violento. Cansei de ver gente pulando o muro da escola para ficar lá dentro usando drogas ou depredando as coisas. Agora, com a PM aqui, isso não vai mais acontecer”, torce, esperançoso.

A comerciante Lenir Pinheiro, possui uma lanchonete há 15 anos na rua do Caic. Ela relatou para a reportagem que agora tem esperança de que a vida das crianças do bairro, principalmente, as que estudam na escola, melhore. “Infelizmente, eles sofrem muita influência do lado externo e isso reflete dentro da escola. Mas creio que agora eles irão tomar consciência e saber diferenciar o certo do errado” frisa.

Ainda segundo Lenir, a situação estava tão crítica dentro da escola que a diretora e os professores ficavam amedrontados com algumas situações que ocorriam no interior do prédio. “Chamavam os guardas municipais, acalmava por um tempo, mas daqui a pouco já estavam fazendo baderna novamente. As crianças são muito rebeldes, elas precisam de regras e limites”, acredita.

Projeto

Informados pela Secretaria Municipal de Educação (Semed) no ano de 2017 sobre ser uma possível candidata a receber o Projeto Escola Militar, a diretora Hellen Souza, que está no cargo há 10 anos, afirma que a notícia foi recebida com entusiasmo por todos.

“Já possuíamos uma parceria com a PM e a Guarda Municipal, tendo em vista que estamos sempre buscando melhorias para a escola. Nossa área [Folha 13] é muito vulnerável à violência e esse projeto vai auxiliar a comunidade também”, confia.

A diretora afirma que já vem percebendo mudanças no comportamento dos alunos e na postura da comunidade. “Essa possibilidade de melhorar a condição de vida dessas crianças, fomentar uma educação de qualidade e possibilitar um ambiente agradável para o trabalho dos nossos educadores é o objetivo principal do projeto”, afirma.

Cerca de 930 alunos, dos ensinos fundamental e médio serão atingidos com o projeto. Hellen informou também que nos próximos dias a Prefeitura de Marabá estará reformando a Escola Caic Rio Tocantins. 

(Ana Mangas)