O ano letivo de 2024 na rede estadual de ensino iniciou nesta segunda-feira, 29, e educador Magno Barros, que coordena a Diretoria Regional de Educação (DRE), com sede em Marabá, concedeu entrevista à Reportagem deste CORREIO para antecipar as mudanças e desafios enfrentados pela Secretaria de Educação (Seduc) do Pará. O objetivo é receber os alunos em um ambiente educacional reformulado e promissor.
“O principal objetivo é aprimorar a qualidade da educação oferecida na região e no Pará. Com um pacote de reformas em curso, essas medidas resultarão em melhorias tangíveis nos indicadores educacionais, especialmente refletidos nas avaliações como Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb)”, diz, garantindo um salto significativo nos quatro primeiros meses do ano.
MARABÁ
Leia mais:Com 24 escolas já em funcionamento e duas em vias de criação, Marabá se destaca como um polo educacional, atendendo não apenas à cidade, mas também a outros 12 municípios da região.
A magnitude do desafio é refletida nos números impressionantes: apenas em Marabá, são 11.227 alunos no ensino médio, representando cerca de metade de todos os alunos da rede estadual: “Estamos totalmente preparados para receber os alunos nas escolas estaduais”, afirma.
MATRÍCULAS
O período de matrículas, uma época tradicionalmente desafiadora, ainda está em curso, com algumas famílias aguardando garantias de vagas mais próximas de suas residências. Magno reconhece as dificuldades, especialmente em áreas como o Núcleo Cidade Nova e São Félix, onde a demanda supera a capacidade das escolas existentes.
Questionado sobre a evasão escolar, ele enfatiza o compromisso da Seduc em criar um ambiente propício ao aprendizado, mitigando os fatores que levam os alunos a abandonar os estudos.
Com estratégias proativas e um planejamento cuidadoso, a Secretaria testemunhou um período de estabilidade, com poucas desistências registradas: “Esperem uma Seduc cada vez melhor a partir de agora”, promete. Segundo ele, há muita determinação do governo em manter os estudantes engajados e presentes no sistema educacional.
AUXÍLIO
Além das expectativas empolgantes para o início do ano letivo, o governo, sob a liderança de Hélder Barbalho, revelou na última semana uma série de iniciativas inovadoras visando fortalecer a educação e incentivar os estudantes do ensino médio a permanecerem nas salas de aula. Magno cita o programa “Bora Estudar” e outras medidas estratégicas para promover a excelência educacional.
“O auxílio financeiro anunciado pelo governo para os estudantes é uma iniciativa para as famílias e para o fortalecimento da educação. Qualquer recurso direcionado à população é motivo de celebração, especialmente quando se trata de incentivar o compromisso com os estudos”, argumenta Magno.
Segundo ele, o programa foi apresentado como uma medida abrangente para reconhecer e recompensar o desempenho acadêmico excepcional dos alunos. Dividido em duas modalidades de bonificação. O programa visa valorizar tanto o mérito acadêmico quanto o esforço dedicado pelos estudantes.
“A primeira modalidade destina-se aos melhores alunos de cada sala, com base em critérios como participação, notas e registros escolares. Os estudantes que se destacaram em 2023 serão premiados com um cheque moradia de R$ 10 mil, em reconhecimento ao seu compromisso com a excelência acadêmica”, conta.
Além disso, uma bonificação especial será concedida aos alunos que obtiveram notas excepcionais na redação do Enem, pontuando acima de 900. Segundo ele, esta distinção visa incentivar o aprimoramento das habilidades de escrita e expressão, reconhecendo o esforço e a dedicação dos estudantes.
Magno também menciona outras medidas que fazem parte do compromisso do governo em promover uma educação de qualidade: “Entre elas, está a implementação de uma bolsa de R$ 200 mensais para todos os alunos do ensino médio, repassada pelo governo federal. Esta bolsa servirá como uma espécie de poupança, incentivando a assiduidade, o bom desempenho acadêmico e a participação em programas de avaliação externa”, diz.
Ele enfatiza o compromisso do governo em promover mudanças significativas na educação, que visam elevar os padrões de ensino e aprendizagem em toda a região.
BOM DESEMPENHO
Outra boa notícia dada por Magno é que escolas locais atingiram um marco significativo em termos de participação e desempenho nas avaliações externas no ano de 2023. O diretor explica que as escolas são submetidas a avaliações a cada dois anos, com os resultados alimentando o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), uma métrica crucial para mensurar o progresso educacional.
“Em 2019, tivemos nossa melhor participação, com 49% das escolas atendendo aos critérios mínimos para terem suas notas reveladas no IDEB. Este ano, todas as escolas alcançaram esse marco, um sinal claro de que vencemos a primeira etapa desta batalha educacional”, afirma.
O diretor também compartilha os planos do governo para recompensar os esforços dos profissionais da educação. Com base nos resultados do Saeb, os professores, diretores e demais servidores das escolas poderão receber bonificações substanciais.
“Dependendo das notas, os servidores podem ganhar até três vezes e meia o valor de seus salários. Este é um incentivo não apenas para os educadores, mas para toda a comunidade escolar, reconhecendo o impacto positivo de seu trabalho.”
Questionado sobre o papel do ensino médio na vida dos jovens, Magno enfatiza sua importância como a última etapa da educação básica. Ele destaca que esta fase é fundamental para preparar os alunos não apenas para o ingresso na universidade, mas também para o mercado de trabalho.
“O ensino médio é onde as decisões mais impactantes da vida dos estudantes acontecem. É essencial que nesta fase, ofereçamos aos nossos alunos as ferramentas necessárias para construir um futuro promissor.”
RIO TOCANTINS E ANÍSIO TEIXEIRA
Sobre as duas escolas estaduais que se tornaram referências no ensino médio da região: Colégio Cívico Militar Rio Tocantins, no núcleo Nova Marabá e Anísio Teixeira, no núcleo Cidade Nova, Magno reconhece instituições tanto pelo trabalho pedagógico quanto pela excelência no desempenho acadêmico, especialmente no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), onde muitos alunos têm alcançado notas acima de 900.
Mas cita os desafios enfrentados pelos pais e alunos na busca por vagas nessas escolas, considerando especialmente a alta demanda e a capacidade limitada de salas de aula: “É preciso entender que nem todos podem ser acomodados nessas escolas de excelência, havendo distribuição equitativa de vagas e a necessidade de evitar superlotação nas instituições”.
Todavia, garante que há várias outras escolas da rede estadual em Marabá que têm ensino de qualidade, como é o caso de O Pequeno Príncipe, Oneide Tavares, entre outras. (Ulisses Pompeu e Thays Araujo)