Correio de Carajás

Endividado, Grupo Madero tem dúvidas sobre continuidade

No total, o Grupo Madero somava R$ 2,4 bilhões em dívidas com bancos, fornecedores, tributos, entre outros

Segundo balanço, o Madero pode fechar as portas/Foto: Reprodução

O caixa insuficiente para pagar dívidas de curto prazo e a falta de garantias de que conseguirá prorrogar ou refinanciar compromissos trouxe incerteza sobre a continuidade das operações do Grupo Madero, afirmou a companhia em seu balanço de resultados divulgado nesta quinta-feira (24).

Desde o ano passado a empresa vem estudando abrir capital na Bolsa de Valores brasileira ou em Nova York.

“A liquidez disponível mais o caixa adicional esperado, gerado pelas operações, não será suficiente para pagar o total das obrigações de dívida de curto prazo antes ou na data de vencimento sem financiamento adicional”, afirmou o Grupo Madero em nota.

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“A companhia pretende buscar prorrogar ou refinanciar a dívida e continuará discutindo com os bancos parceiros a possibilidade de obtenção de novas linhas de crédito quando necessário para dar suporte à operação”, disse o grupo. O Madero reiterou, porém, que não há garantias de que a empresa conseguirá adiar ou refinanciar esses débitos em tempo ou em condições favoráveis.

No total, o Grupo Madero somava R$ 2,4 bilhões em dívidas com bancos, fornecedores, tributos, entre outros. Deste montante, mais de 30% dos compromissos (R$ 740,4 milhões) venciam em até um ano. Outros 19,2% tinham prazo de um a dois anos.

A maior parte da dívida era constituída de empréstimos (R$ 1,2 bilhão).

Em relatório anexado ao balanço, a PwC, empresa que fez a auditoria do balanço, também afirmou ter incerteza significativa sobre a continuidade dos negócios da companhia.

“A companhia tem apurado prejuízos repetitivos em suas operações e apresentou excesso de passivos sobre ativos [o que indica um alto índice de endividamento] em 31 de março. […] Essa situação, entre outras descritas, indicam a existência de incerteza relevante que pode levantar dúvida significativa sobre sua continuidade operacional”, afirmou a PwC em nota.

No primeiro trimestre deste ano o grupo registrou um prejuízo de R$ 67,5 milhões, três vezes maior do que o registrado em igual período de 2020, quando teve prejuízo de R$ 18,7 milhões.

Procurado, o Grupo Madero afirmou que está em período de silêncio e não pode comentar o assunto. (Diário Online)