Correio de Carajás

Encontro de comunicadores em Marabá destaca COP 30 com Giuliana Morrone

Mais de oitenta pessoas, entre profissionais da área e estudantes, participaram do evento “Secom por todo o Pará” promovido pelo Governo do Estado e que aconteceu em Marabá neste sábado, 20

Juliana Morrone alertou jornalistas do sudeste do Pará sobre bombardeio de notícias relacionadas à COP 30 no âmbito internacional Foto: Wellyngton Coelho / Ag.Pará

Mais de oitenta profissionais de comunicação da região sudeste do Pará se reuniram em Marabá neste sábado, 20, para participar de uma capacitação com palestras promovidas pelo Governo do Estado, denominado de “Secom por todo o Pará”.

O objetivo é valorizar a comunicação regional e proporcionar aprendizagem e atualização de novas ferramentas de trabalho, discutindo temáticas como a COP 30, que será realizada no Pará em 2025, e ainda o combate permanente à desinformação.

O evento foi realizado no Carajás Centro de Convenções “Leonildo Rocha e contou com a participação de comunicadores de Marabá, Jacundá, São Geraldo do Araguaia, Canaã dos Carajás, Rondon do Pará, Itupiranga, Bom Jesus do Tocantins, São Domingos do Araguaia, Parauapebas e São João do Araguaia – além de uma representante da Aldeia Akrotikajê. – e estudantes de jornalismo da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará – que puderam trocar experiências e conhecimentos sobre as dificuldades e particularidades da região de Carajás.

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Dentre os palestrantes convidados, a jornalista Giuliana Morrone era a mais aguardada do público. Com mais de 30 anos de experiência em cobertura da política nacional e internacional, ela agora está percorrendo o país palestrando sobre sustentabilidade (mesmo que esse não tenha sido o principal tema abordado por ela durante o encontro em Marabá).

Logo no início da sua fala, Giuliana afirmou que quis muito estar na cidade, porque sua intenção é se aproximar, cada vez mais, de quem será o centro do mundo no ano que vem. “Vocês têm ideia e consciência disso? O planeta inteiro estará voltado para o que vai acontecer aqui. Já cobri algumas COPs nessa minha longa jornada profissional. Não tenho bola de cristal, mas sei exatamente algumas manchetes que serão destaques no mundo um pouco antes do início da COP. Os problemas dos países que já sediaram uma COP foram destaques. As agências internacionais virão para cá, ficarão no hotel e antes de a COP iniciar, de fato, eles vão dar um Google e descobrir que tem um garimpo ilegal, por exemplo. Ou vão divulgar que Belém tem um aterro sanitário que emite gás metano, e vão publicar essas notícias. Podem anotar, vão ter manchetes desse tipo. Então, o exercício que vocês precisam fazer hoje é começar a pensar em como evitar esse risco que está presente. Precisamos começar a elaborar pautas que mitiguem esses problemas, precisamos fazer pequenos esforços e começar a mudar algumas coisas”, enfatizou a jornalista.

Para Giuliana, os jornalistas brasileiros estarão ‘em cima’ dos governantes estrangeiros e mostrando a movimentação do evento, enquanto a imprensa internacional estará de olho nos problemas da região, e isso inclui o lado social, renda per capita, saneamento e povos indígenas, por exemplo.

Além de falar sobre a COP 30, que acontecerá em Belém no ano que vem, Giuliana relembrou o início da sua carreira e como foi ‘obrigada’ a mudar seu cabelo para entrar no padrão exigido na época.
Outro ponto abordado foi sua experiência viajando o país palestrando e conhecendo projetos ambientais e de sustentabilidade social.

“Sustentabilidade nada mais é do que pessoas, planeta e prosperidade. Esses três elementos precisam estar casados. Sustentabilidade não é abraçar a árvore, sustentabilidade são empresas virtuosas que cresçam e sejam bem sucedidas, e olhem para o público e ajudem esse crescimento para beneficiar a população. A sustentabilidade só vai valer se a gente perceber conquistas e vitórias para a comunidade”, explica.

Após sua fala, diversos comunicadores tiveram a oportunidade de fazer perguntas à jornalista que, de forma muito solícita e simpática, atendeu a todos os presentes respondendo aos questionamentos.

Para a jornalista do CORREIO, Luciana Araújo, essa foi uma oportunidada única para os profissionais da região. “É tão difícil Marabá sediar eventos como esse. Então, foi maravilhoso. Foi um momento de abrirmos os nossos olhos para as oportunidades que estamos deixando passar aqui na região em relação às pautas que, enquanto jornalistas, nós podemos abordar. E claro, conhecer e dialogar com a Giuliana Morrone além de emocionante, foi um grande aprendizado sobre o olhar para o jornalismo local”, disse.

Representando o Correio de Carajás, Luciana Araújo destacou a relevância do evento para os jornalistas locais  Foto: Wellyngton Coelho / Ag.Pará

O “Secom por todo o Pará”, edição Marabá, contou ainda com a palestra de Arthur Sobral, diretor de Articulações da Secretaria de Comunicação, que abordou os desafios e as oportunidades da COP 30 na Amazônia, os objetivos do evento e o legado que ele deixará no Estado do Pará.

Logo em seguida, Luciano Cuns, diretor de mídias digitais da Secom, abordou sobre a comunicação pública e todas suas ramificações. Exemplificou cases de sucesso do Governo do Estado de conteúdos compartilhados, campanhas estratégicas, parcerias com influenciadores, transmissões ao vivo e temas que de fato consigam atrair a atenção da população.

Doutor em Ciência da Comunicação, o professor e coordenador dos cursos de Comunicação Social da Universidade da Amazônia, Cuns destacou o protagonismo amazônida através das mídias sociais. Ele abordou temas importantes como o impacto da internet no trabalho e na educação, o renascimento dos relacionamentos (através da rede) e como isso pode ser utilizado através das mídias sociais, destacando os pontos fortes de cada localidade.

Encontro deste sábado reuniu comunicadores de várias cidades do sudeste do Pará Foto: Wellyngton Coelho / Ag.Pará

Com mais de duas décadas no jornalismo local, Wellinton Moreira relembrou que há alguns anos a comunicação do Governo do Estado era vista como algo muito centralizado, somente na capital. “Quando você traz um evento desses para a região, os profissionais da comunicação são beneficiados. Contudo, tenho apenas uma crítica ao evento. Tivemos muitas falas sobre a COP 30.

Sei que é um evento internacional e que será muito importante para o Pará, para a Amazônia, mas acredito que é importante que possam nos ouvir um pouco mais. Ouvir nossos anseios e aquilo que a gente quer como demanda para a comunicação da nossa região. Mas, foi um evento maravilhoso, dinâmico e fechou com a cereja do bolo que foi a presença da Giuliana Morrone que abrilhantou nosso sábado. Ela tem uma carreira excepcional, inclusive internacional, e uma visão macro do jornalismo. Trazer isso para Marabá foi um presente. Os jornalistas e estudantes que estiveram no evento hoje ganharam esse presente”, finalizou. (Ana Mangas)