Correio de Carajás

Empregos formais crescem em Parauapebas, mas pagam até 2 salários

Empregos formais crescem em Parauapebas, mas pagam até 2 salários

Parauapebas gerou 14.942 novas contratações no primeiro semestre do ano, um saldo positivo comparado ao número de demissões, de 11.344 pessoas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no entanto, a maior taxa de empregos gerados paga de um a dois salários mínimos.

A função de servente de obras foi a que mais contratou, 1.106 no total, com salário médio de R$ 1.076,89. Em segundo lugar, 591 novos soldadores foram admitidos, com vencimento mensal de R$ 1.809,10, em média. Para serviços gerais, 518 funcionários foram contratados, ocupando o terceiro lugar, e com salário de R$1.080,97. 

Dados do Caged apontam também que as áreas de operador de caixa, trabalhador da manutenção de edificações e carpinteiro foram os que menos empregaram no primeiro semestre do ano, totalizando o número de contratações de 255, depois 249 e 242 respectivamente, com uma média salarial de R$1.119,03 a R$ 1.482,97.

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Três funções despontam com ganho superior à de dois salários mínimos no quadro de empregos do Caged. São elas: Motorista de caminhão (com rotas nacionais e internacionais) gerando 348 contratações formais, e salário de R$2.029,40. A admissão de caldeireiros (chapas de ferro e aço) totalizou 296 empregos, e salário de R$ 2.067,50. Por último, técnico em segurança do trabalho, com 275 vagas e vencimento salarial de R$2.270,02.

Os dados nacionais do Caged mostram que a maior parte dos trabalhadores demitidos é aquela com menos tempo de permanência no emprego. Na média, enquanto na indústria, no comércio e nos serviços quase a metade dos demitidos estava trabalhando há menos de um ano, na construção civil esse percentual avança para 62%.

Parauapebas segue as estatísticas nacionais

Para o economista Marco Antônio Silva, os dados mostram que Parauapebas seguiu as estatísticas do Brasil e iniciou o ano superando o número de contratações ao de demissões. Porém, ressalta que as “vagas existem, mas muitas vezes são empregos que não exigem um grau maior de qualificação. Por isso, justifica-se um média salarial inferior à de dois salários mínimos”, informou. 

Silva analisa também que ”em Parauapebas o nível salarial não é o mesmo ao de cinco anos atrás, quando a economia e oferta de empregos chegou a superar a média nacional”. Ele ressalta que as mudanças da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a reforma trabalhista, trouxeram à cidade a realidade a nível Brasil.   

O especialista avalia que o setor de mineração é o que mais emprega na cidade, “gerando uma movimentação no setor, no comércio e em serviço. Quando o serviço de mineração vai bem, ajuda no crescimento de empregos na cidade e propicia salários com bonificações, superando a média de dois salários mínimos”, conclui. (Theiza Cristhine)