Correio de Carajás

Embrapa realiza curso em Marabá

Começou nesta quarta-feira (5) e termina hoje (6), no Campus Rural do Instituto Federal do Pará (IFPA), em Marabá, o curso básico de meliponicultura, cujo objetivo é o nivelamento do conhecimento no manejo de Abelhas Nativas Sem Ferrão (ASF) para técnicos, extensionistas e multiplicadores. O curso é promovido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Nesta quinta-feira (6) os temas da programação serão Captura de enxames; Divisão de colméias: divisão simples, formação de mini-colônias; Escolha de local e instalação de meliponários; Inimigos naturais: prevenção e controle; Manejo: revisão, alimentação artificial, limpeza; e Coleta de mel e outros produtos das abelhas sem ferrão.

Ontem (5), os temas abordados foram Morfologia das abelhas sem ferrão, organização social, desenvolvimento; arquitetura do ninho e diversidade; Produtos das abelhas: Mel, Pólen, Própolis; Serviços ambientais: Polinização; Modelos de caixas e meliponário.

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Os ministrantes do treinamento são os engenheiros agrônomos Anderson Schwamke e Daniel Santiago Pereira. Para falar sobre o assunto, Daniel Santiago esteve na Redação do grupo CORREIO acompanhado de Daniel Mangas, coordenador da Embrapa na região.

Daniel Mangas e Daniel Santiago explicam a importância da Agrobio para os agricultores da região

Segundo eles, esta é a a primeira capacitação do projeto Agrobio na região, que visa gerar renda e aumentar a produtividade dos agricultores familiares na Amazônia Legal. O projeto e tem como público prioritário, alunos de cursos técnicos da instituição, em grande parte, filhos de agricultores de assentamentos da região, além de agentes de assistência técnica.

O Agrobio (Abelhas, variedades crioulas e bioativos agroecológicos: conservação e prospecção da biodiversidade para gerar renda aos agricultores familiares na Amazônia Legal) é um dos 11 projetos com recursos do Fundo Amazônia que a Embrapa está implemento no sudeste paraense, região eleita para receber todas as ações no Pará.

Nesta primeira etapa, Marabá recebe as tecnologias geradas ou melhoradas pela Embrapa, aplicadas à cadeia produtiva de abelhas sem ferrão, com o objetivo de gerar e melhorar a renda dos produtores, com aumento de produtividade das culturas agrícolas nos assentamentos e novas opções de negócios a partir dos produtos e subprodutos da meliponicultura, como o mel e a própolis, conforme explicou o gestor do projeto, o pesquisador Daniel Santiago.

Ainda de acordo com o pesquisador, o Agrobio teve início no segundo semestre de 2018 e atua em três frentes convergentes que reúne a meliponicultura (criação de abelhas nativas sem ferrão), o levantamento e cultivo de variedades crioulas, nesse caso, as plantas alimentícias não convencionais (Pancs) e a identificação de potenciais bioativos oriundos dessas duas atividades.

Além das capacitações, o projeto irá instalar Unidades Demonstrativas na área de assentamento, que servirão como vitrines tecnológicas das tecnologias da Embrapa para a região, como por exemplo a criação de abelhas para a potencialização do desenvolvimento sustentável da cadeia produtiva do açaí e da meliponicultura. “A meliponicultura não visa apenas a produção de mel e derivados, mas a presença de colmeias junto as lavouras e pomares potencializam a produção de frutos, hortaliças e até grãos”, enfatizou o pesquisador.

O Agrobio é um dos 19 projetos em fase de execução que compõem o Projeto Integrado para a Produção e Manejo Sustentável do Bioma Amazônia, financiado pelo Fundo Amazônia, operacionalizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Um dos princípios do Fundo é a convergência de ações do Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento na Amazônia Legal – PPCDAM e dos Planos Estaduais de Prevenção e Combate ao Desmatamento em áreas prioritárias de ação governamental.

A Embrapa e parceiros atuam em todos os estados da Amazônia Legal com o objetivo de reduzir o desmatamento e promover a preservação e o uso sustentável dos recursos naturais, a partir do fortalecimento da agricultura familiar da região. No Pará, a Embrapa elegeu o sudeste paraense e a região irá receber ações de dez projetos diferentes com dezenas de atividades em diversas cadeias agropecuárias.