O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) embargou construções de barracas em alvenaria no Complexo do Ver-o-Peso, cartão postal e importante feira de Belém. Segundo o instituto, a estrutura para remanejamento dos feirantes, que está sendo construída na área do estacionamento, não constava inicialmente no projeto e deveria ser de madeira.
Mais de 1.200 feirantes dependem da economia gerada no espaço e precisam enfrentar os problemas diariamente. Eles dizem que continuam sem resoluções de problemas do complexo e se mostram indignados com a estrutura do espaço, cada vez mais precária, segundo os trabalhadores. O local acumula sujeira, lonas rasgadas, fiações elétricas expostas e piso deteriorado.
Em julho de 2019, a reforma no complexo foi anunciada, com investimento de R$ 4.941.570,25. No entanto, para que as obras fossem iniciadas, os feirantes precisariam ser remanejados. O espaço definido foi a área do estacionamento, onde segundo o projeto, seria construído boxes provisórios de madeira.
Leia mais:Segundo o Iphan, para realizar a mudança de material os órgãos de patrimônio precisam ser consultados. “Não estava prevista instalação nova em alvenaria, o que estava previsto era um barracão temporário em madeira, o que caracteriza intervenção reversível, diferente de uma intervenção em alvenaria”, disse a superintendente do Iphan, Rebeca Ferreira.
Em nota, a prefeitura disse que a empresa responsável pela obra assumiu os custos para fazer a alteração dos boxes para madeira.
De acordo com a Prefeitura de Belém, no projeto inicial constava a construção de estrutura de madeira, mas o município resolveu alterar o material utilizado por questões higiênicas. “A concepção original era que aquele material seria de madeira, mas o que se estabeleceu por conta de higiene segurança… A gestão municipal determinou que seria de alvenaria”, afirmou o presidente da Fundação Cultural do Município de Belém, Fábio Atanásio.
Ainda segundo o presidente da Fumbel, a destruição da estrutura que já está erguida não vai trazer prejuízos. “Isso corresponde a menos de 1% do valor da obra, valor considerado insignificante”, disse.
Esta não é a primeira vez que a espera pela obra de revitalização chama atenção dos feirantes e de órgãos de fiscalização. Em 2016, no aniversário de 400 anos da cidade, a Prefeitura anunciou um projeto de revitalização geral do complexo, mas a obra não foi autorizada pelo Iphan, que emitiu lista com série de adequações. “Foi uma obra sem planejamento, sem consultar as partes”, disse o comerciante Douglas Freitas. (Fonte:G1)