Correio de Carajás

Em segundo protesto, mototaxistas lotam porta do Fórum de Marabá

Os mototaxistas alegam que, além da clandestinidade, os motoristas de aplicativo também cometem outras ilegalidades/ Fotos: Evangelista Rocha

Pela 2ª vez, desde a última quinta-feira (2), os mototaxistas de Marabá se manifestaram em frente ao Fórum da Comarca do município, para perseverarem na indignação da categoria contra o popularmente conhecido como “Uber Moto”, na cidade. A revolta acontece desde que o serviço por aplicativo sob duas rodas passou a funcionar (segundo eles) sem respaldo de lei federal e, consequentemente, vem atrapalhando a renda dos motoristas registrados pelo Departamento Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (DMTU).

Por um instante, os manifestantes que se posicionavam na entrada da ponte sentido à Nova Marabá na BR-230, Transamazônica, com as motos estacionadas em fila única na faixa da ciclovia, segurando cartazes com as frases: “Senhores magistrados, pedimos que analisem com carinho o processo que está nessa casa, somos trabalhadores, confiamos na justiça” e “A Uber não respeita leis”, adentraram a pista, mas com a ajuda da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o trânsito não foi prejudicado.

Em nova manifestação, os motoristas demonstraram indignação em alto e bom-tom com carro de som

Os agentes realizaram a organização do fluxo de veículos rapidamente e em seguida a aglomeração se situou somente na porta do Fórum. Com o uso de um carro de som, o presidente da Associação de Mototaxistas, Fred Pereira, explicou de novo, publicamente, pedindo comoção da população e dos juízes e promotores, que a grande questão dessa batalha é a queda da renda dos trabalhadores licenciados, que pagam taxas e impostos para rodarem legalmente pela cidade.

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Além disso, algo bastante frisado pelos manifestantes é que os motoristas têm desrespeitado leis, andando não somente na ilegalidade, mas muitas vezes sem carteira de habilitação: “Como não há quem fiscalize, há menores de idade transitando pelas ruas para levarem as pessoas e, além de colocarem a vida do passageiro em risco, tiram nosso sustento, tendo em vista que mais de 900 pais de família dependem dessa renda, que tem diminuído consideravelmente”, alega Fred.

Fred alega que é inviável que eles permaneçam disputando passageiros com uber motos

O presidente também disse haver uma discussão entre os mototaxistas, em meio a essas paralisações, sobre uma forma de diminuir o preço das viagens, para ser viável à população, considerando que a concorrência tem tido vantagem devido ao baixo valor das corridas.

NO BLOCO ANTERIOR

Na tentativa de aplacar a presença do “Uber Moto”, os mototaxistas realizaram uma mobilização pública, tomando as ruas de Marabá durante a manhã da quinta-feira. A concentração aconteceu no núcleo Cidade Nova, em frente ao aeroporto, e seguiu até a frente do prédio da Prefeitura de Marabá (na Nova Marabá), realizando paradas estratégicas em frente à Câmara Municipal e ao Fórum.

Em reportagem ao CORREIO, Fred questionou: “Anualmente, nós realizamos um curso de capacitação para podermos trabalhar; passamos por uma vistoria a cada seis meses, para o nosso veículo estar sempre em boas condições para transportar o nosso passageiro. E a Uber autoriza qualquer pessoa que tenha um veículo a fazer um cadastro da sua casa e no outro dia transportar um passageiro, transportar a população. Que segurança tem isso?”

TRAJETÓRIA

“Em 2009 foi regulamentada a Lei do Mototáxi ao nível nacional e ao nível municipal. Eu acredito que o que os vereadores fizeram tem que valer de alguma coisa, ou então eles que digam para gente que não vale nada”, relembra e afirma que a classe permanecerá se manifestando até que a justiça e a prefeitura resolvam o impasse. (Thays Araujo)