Correio de Carajás

Em procura por chocolates, clientes fazem fila em Parauapebas

A Páscoa é um período de fé e devoção, mas para muitos o período da ressurreição de Jesus é sinônimo de uma coisa: um ovo de páscoa para se deleitar. O doce é uma tradição muito apreciada no Brasil, onde mais de 10 mil toneladas de chocolate em ovos e outros formatos especiais para a Páscoa foram produzidos em abril de 2020, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Chocolates (ABICAB).

Ovos de Páscoa ou barras de chocolate? (Foto: Juliano Corrêa)

Em um supermercado de Parauapebas, Irene da Silva diz estar usando o dinheiro da aposentadoria para comprar ovos de páscoa para os netos. “Os meninos ficam alegres, sorrindo. A mãe dos meninos está doente da garganta, então eu tô aqui fazendo uma fé”, conta dona Irene, enquanto “sorri com os olhos” e segura os presentes de Páscoa nas mãos.

Irene da Silva e os ovos que seus netos receberão na Páscoa (Imagem: Davi Teixeira)

Ao contrário dos netos de Irene, os netos de Josélia Santos, de 61 anos, preferem barras de chocolate aos ovos de Páscoa – uma discussão antiga que sempre é trazida à tona nesta época. “Eu sempre comprei ovo, mas eles falam assim: ‘Vó, da próxima vez traz barra de chocolate, que a gente prefere’”, conta ela ao escolher a barra favorita das crianças, sem deixar de se queixar dos preços.

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O preço do produto em meio à pandemia preocupa: o escritório paraense do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) verificou um acréscimo de 6,2% acima da inflação no preço de Motivos de Chocolate para a Páscoa (como ovos e coelhos de chocolate) nos principais supermercados e lojas de departamento da Região Metropolitana de Belém.

Mesmo assim, Rafael Sobral, gerente de uma franquia de loja de departamentos do Bairro Cidade Nova, diz que a expectativa pela venda de ovos de Páscoa e chocolates em geral é altíssima a partir da sexta-feira (2). “Estamos com descontos prontos para receber o público na sexta, sábado e domingo”, pontua Rafael.

Rafael, de vermelho, ajuda Josélia e outros clientes nas compras de Páscoa (Foto: Juliano Corrêa)

Ele prevê faturamento maior que o do ano passado, quando a Páscoa coincidiu com o início da quarentena gerada pela pandemia do coronavírus, e comenta que a procura por caixas de bombons e barras de chocolate também é alta.

Iasmim e Thiago trocarão ovos de Páscoa neste domingo (Foto: Acervo Pessoal)

Mas será que faz tanta diferença comprar um ovo de Páscoa ao invés de caixa de bombons ou barra de chocolate? Para Iasmim Almeida, engenheira florestal, o presente de Páscoa tem que ser no formato de ovo. “Mesmo que o ovo não seja um símbolo da Páscoa, não é legal receber uma barra de chocolate, que é comum fora da época comemorativa”, ela diz. Iasmim e o namorado, Thiago Rocha, têm o costume de comprar ovos de Páscoa um para o outro, preferindo fazê-lo em chocolaterias ou lojas de departamento.

A Páscoa de Lene Oliveira promete muitas vendas para ela e muitas delícias para os clientes (Foto: Acervo Pessoal / Aromas do Céu)

Outra opção muito procurada na Páscoa é o ovo artesanal, produzido por comerciantes autônomos como Lene Oliveira, confeiteira moradora do Bairro Nova Carajás. A ex-cabelereira, que se diz apaixonada por cozinhar, conta que a Páscoa é como um Natal para a sua profissão, pois o volume de pedidos aumenta muito e, com isso, o faturamento também. E não são só ovos tradicionais ou de colher: os pedidos também envolvem tortas doces e taças confeitadas para serem servidas de sobremesa nas tradicionais refeições de Páscoa. Não importa o jeito que o doce é posto à mesa: Semana Santa combina com chocolate. (Juliano Corrêa)