Correio de Carajás

Em meio à ofensiva dos EUA, PIX bate recorde e registra 290 milhões de operações em um dia

Volume de operações representa R$ 164,8 bilhões, segundo a autoridade monetária. Sistema de pagamentos é alvo de investigação americana por supostas práticas desleais.

Tela do PIX, em imagem de arquivo — Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
✏️ Atualizado em 06/09/2025 18h50

O Banco Central informou neste sábado (6) que o PIX bateu um novo recorde diário de transações. Segundo a autoridade monetária, 290 milhões de operações foram realizadas apenas na última sexta-feira (5).

O volume corresponde, ainda de acordo com o BC, a transações que somam R$ 164,8 bilhões. O montante também é o maior já registrado em único dia.

O recorde anterior de transações havia sido registrado em junho deste ano, com 276,7 milhões operações. À época, segundo o BC, as transações somaram R$ 135,6 bilhões.

Leia mais:

Em uma nota à imprensa, o BC afirmou que o resultado é “mais uma demonstração da importância do Pix como infraestrutura digital pública, para o funcionamento da economia nacional”.

A nova marca foi alcançada em meio à ofensiva do governo dos Estados Unidos contra o sistema de pagamentos, lançado pelo Banco Central em novembro de 2020.

Junto do tarifaço aos produtos brasileiros, o governo dos Estados Unidos abriu uma investigação comercial contra o Brasil por supostos ataques e práticas desleais. Entre os alvos da apuração, está o Pix.

Na justificativa da investigação, os EUA afirmam que o Brasil parece estar “envolvido em uma série de práticas desleais com relação aos serviços de pagamento eletrônico, incluindo, mas não se limitando ao favorecimento de serviços desenvolvidos pelo governo”.

  • Empresas americanas de tecnologia, como Google, Apple e Meta, oferecem serviços digitais de pagamento que competem com o PIX.

 

Em resposta à investigação americana, o Brasil negou que haja qualquer discriminação contra fornecedores de serviços de pagamento digital americanos. No documento, o governo também afirmou que o sistema de pagamentos ampliou a concorrência.

O governo brasileiro destacou que o sistema ampliou a participação dos brasileiros no sistema bancário e foi elogiado por entidades como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Medidas de segurança

No mesmo dia em que o volume de transações do PIX bateu recorde, o Banco Central anunciou uma série de medidas para aumentar a segurança do sistema financeiro nacional.

O PIX é alvo de uma das ações. Segundo a autoridade monetária, transferências pelo sistema de pagamento serão limitadas quando forem feitas por meio de instituições não autorizadas ou de Prestadores de Serviços de Tecnologia da Informação (PSTIs).

  • Essas instituições são empresas que realizam operações sem ter a devida autorização do BC. Investigações apontam que organizações criminosas utilizaram essas plataformas para lavagem de dinheiro.

 

Segundo o BC, haverá um teto para operações via PIX por meio dessas instituições: R$ 15 mil. O limite também vai valer para TED.

A autoridade monetária afirma que a regra impactará apenas 0,03% do total de contas do sistema financeiro brasileiro.

 

A limitação poderá ser removida quando o participante e seu respectivo PSTI atenderem aos novos processos de controle de segurança.

Além disso, o BC também anunciou:

  • obrigatoriedade de aprovação prévia, pelo BC, para entrada de novas instituições no sistema financeiro, com regras mais rígidas para autorização; e
  • confirmação de “certificação técnica” para operar no sistema.

(Fonte: G1)