📅 Publicado em 23/10/2025 14h26✏️ Atualizado em 23/10/2025 15h08
A especialista em inteligência artificial Érika Moraes, de São Paulo, defende que a tecnologia deve ser vista como aliada na busca por mais qualidade de vida. Pioneira na aplicação prática de IA no Brasil desde 2015, Érika cedeu entrevista ao Correio de Carajás na tarde de quarta-feira (22), durante sua participação no ‘CineTalks’, evento sobre inovação e tecnologia promovido pela Fibralink em parceria com o Sebrae.
Caracterizada como os personagens do filme Matrix, Érika apresentou uma palestra voltada a empreendedores e profissionais interessados em usar a IA de forma estratégica. “Eu fui a primeira pessoa a implementar inteligência artificial na empresa onde trabalhava. Quando percebi o crescimento exponencial dessa área, decidi abrir minha própria consultoria”, conta. É justamente seu currículo profissional que dá à Érika o conhecimento necessário para ser compartilhado com o público marabaense. Além disso, atualmente ela possui uma empresa de consultoria, mentoria, cursos e palestras sobre IA.
Durante o ‘CineTalks’, ela apresentou a palestra ‘Seis estratégias para sair da Matrix com inteligência artificial e escalar seus resultados’. Segundo Érika, seu objetivo era mostrar que a tecnologia pode ser aplicada de forma prática e acessível. “Eu gosto de ensinar de maneira lúdica, mostrar que a IA não é um bicho de sete cabeças. Mas para ter resultado é preciso usar com estratégia”, explica.
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A especialista observa que o uso da inteligência artificial se intensificou entre 2022 e 2024, especialmente nas áreas de produção de texto, vídeo e imagem. Para ela, o avanço tecnológico deve servir para humanizar a rotina de trabalho. “Meu foco é reduzir o tempo operacional das pessoas para que possam viver mais o presente, curtir a família e os amigos. A IA vem para ajudar esse lado mais humano também”, afirma.

O evento contou ainda com a participação de Rodrigo Barroso, CEO da Fibralink. Para o Correio de Carajás, ele destaca o uso crescente da IA na empresa e os desafios regionais em torno do tema. “Infelizmente nossa região não tem histórico de desenvolvimento de inteligência artificial. A gente é usuário, não criador. Mas a Fibralink já utiliza IA há alguns meses em atendimentos e processos repetitivos, o que agiliza o trabalho e melhora a experiência do cliente”, explica.
Rodrigo adiantou que a empresa pretende ampliar o uso da tecnologia nos próximos anos. “Queremos reduzir cerca de um terço das demandas operacionais e transformar esse tempo em um departamento de inteligência. Só assim poderemos desenvolver produtos próprios e oferecer soluções mais amplas aos nossos clientes”, diz.
Ao avaliar o cenário local, o empresário destaca que Marabá ainda utiliza a IA de forma limitada. “Vejo que as pessoas estão mais no modo ‘faça isso por mim’, e não ‘me ensine a fazer melhor’. Isso é um problema, porque quem usa a tecnologia apenas para automatizar tarefas sem aprender com ela está cometendo um suicídio profissional”, alerta.
Para Rodrigo, o desafio está em transformar a relação com a tecnologia em algo educativo e sustentável. “No Brasil, 57% das pessoas usam IA para produtividade e aprendizado, enquanto 43% utilizam apenas para conforto. Em Marabá, essa diferença é ainda maior”, observa.
O debate sobre IA ainda é longo, mas já deixa claro que ela ocupa um papel importante na rotina empresarial marabaense, mas ainda depende de uma mudança de mentalidade para alcançar seu potencial máximo.