A primeira regra do Clube da Luta é: você não fala sobre o Clube da Luta. A segunda regra do Clube da Luta é: você não fala sobre o Clube da Luta. Se você já assistiu ao filme norte-americano de David Fincher, baseado no romance homônimo de Chuck Palahniuk, onde são formados grupos de briga entre homens, pode ser capaz de relembrá-lo ao ver um vídeo gravado na noite de ontem, domingo (25), no Terminal Rodoviário do Bairro Quilômetro Seis, na Nova Marabá.
Provavelmente a diferença esteja apenas na motivação – relata-se que em Marabá a briga se deu por disputa de passageiros – e no exibicionismo, já que a contenda foi filmada e, como de praxe nestes casos, amplamente divulgada pelas redes sociais, rapidamente distribuída aos aparelhos celulares. Aqui não foram respeitas as primeira e segunda regras do Clube da Luta.
Nas imagens, dois mototaxistas devidamente ‘uniformizados’ com os coletes da categoria trocam socos. Um deles tem um pedaço de madeira nas mãos, com o qual agride diversas vezes o colega, mas assim como no Clube da Luta ficcional, aparentemente em Marabá também há regras quanto à proibição de uso de armas na briga.
Leia mais:Outros homens, alguns também mototaxistas, estão em torno da dupla, assistindo à ‘luta’, e ninguém interfere no sentido de terminá-la, inclusive sustentam que a arma deva ser retirada do meio, para que os dois prossigam ‘mano a mano’.
Além de não tentarem separar os envolvidos, quando ambos se agarram e vão ao chão, parte das pessoas aplaude, enquanto torcida. Neste momento, um dos expectadores se aproxima e retira o pedaço de madeira, mas deixa a luta prosseguir.
Quando o vídeo é finalizado, após 1’31’’, ambos continuam no chão e dois homens se aproximam, mas não é possível saber se interviram para o fim das agressões. (Luciana Marschall)