Correio de Carajás

Em chamas há 3 dias, Serra das Andorinhas clama por ajuda

Equipe do Corpo de Bombeiros de Marabá e aeronaves do GRAESP seguirão para a região ainda nesta terça-feira para ajudar a debelar o fogo

A Serra das Andorinhas está em chamas. Localizada no município de São Geraldo do Araguaia, a 160 km de Marabá, o primeiro foco de incêndio começou no dia 27 de maio de 2021.

De acordo com informações da gerente da Gerência da Região Administrativa do Araguaia (GRA), do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor) Laís dos Santos Mercedes Costa, o fogo começou através de um morador nas redondezas do Vale da Sucupira.

“De imediato, a equipe de brigadistas da GRA foi até o local, só que não conseguiram combater o fogo. Nós seguimos todas as medidas cabíveis para atuação do responsável. Fizemos a ocorrência na Delegacia para registrar o crime”, argumentou.

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Equipes trabalham para conter o fogo, mas a área de difícil acesso dificulta o trabalho

Laís explica que mesmo com o empenho da equipe de brigadistas para controlar o fogo, eles não conseguiram. “Isso porque a área é de difícil acesso, região de cerrado, com tempo seco e terrenos íngremes. O fogo se espalhou com muita rapidez”, explica.

Segundo Laís, o 5º Grupamento Bombeiro Militar, de Marabá e o Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp), que tem sede em Belém, foram acionados para ajudar a combater esse incêndio. “Apesar de o fogo ser uma condição natural do cerrado, o prejuízo para a preservação da biodiversidade é muito grande. A conscientização dos comunitários nesse período de estiagem do verão amazônico é fundamental para a prevenção de incêndios florestais no parque”, finalizou a gestora do Ideflor.

A equipe do CORREIO conversou com exclusividade com pessoas residem às proximidades e acompanham o trabalho para controlar o fogo. Um dos moradores disse que são poucos brigadistas atuando em uma área muito grande. Além disso, não têm EPI’s adequados para a empreitada, precisando urgente de apoio externo. “Esses brigadistas conhecem muito bem a região, mas precisariam de mais equipamentos para conseguirem apagar um incêndio tão grande”, disse um morador por meio de áudio, que pediu reserva de seu nome.

“Quando a brigada ficava de prontidão e fazendo rondas, era mais fácil para controlar o fogo. Agora não é assim. O fogo tomou uma proporção muito grande”, lamenta outro morador, que teme que ele chegue a sua propriedade.

Trabalhadores reclamam que faltam EPI´s para executar o serviço

Sobre a falta de EPI’s dos brigadistas, ela explicou que os equipamentos estão em processo de compra através do IDEFLOR-Bio “Porém, o verão se antecipou na região e não houve tempo para a entrega dos mesmos. A situação acabou se agravando pela falta de consciência de pessoas que agem de forma criminosa”, disse.

Com a chegada do verão e a falta de chuva nesse período, a probabilidade de focos de incêndio é bem maior nessa época do ano. O terreno também dificulta a chegada das equipes em algumas localidades do parque, porque não há estradas para veículos.

Na manhã desta terça-feira (1) o CORREIO conversou com o coronel José Raimundo Lélis, responsável pelo 5º Grupamento Bombeiro Militar, de Marabá, que confirmou o incêndio na Serra das Andorinhas.

“O comando operacional assim que tomou ciência dessa situação determinou que o Quartel do 5º GBM, aqui de Marabá, se junte com uma equipe que está vindo de Belém, para que possamos dar esse apoio e comandar as ações de combate a esse incêndio na Serra das Andorinhas, no município de São Geraldo do Araguaia”.

O coronel afirma que o deslocamento da tropa e dos equipamentos acontece ainda nesta terça, para que a equipe se junte com o reforço que está vindo de Belém. (Ana Mangas)

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