Em assembleia geral realizada na noite desta quinta-feira (9), em Marabá, o Sindicato dos Docentes da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (SindUnifesspa) deliberou que no próximo dia 15 eles vão aderir à paralisação geral em consonância com outras instituições de ensino superior do País contra o corte de verbas nas universidades públicas federais de todo o Brasil, anunciado pelo governo federal.
Somente na Unifesspa, o corte de recursos está na casa dos R$ 13,2 milhões, prejudicando a Graduação e a Pós-Graduação, no tripé da universidade, que é o Ensino, a Pesquisa e a Extensão. Também serão afetadas atividades básicas de custeio como pagamento de energia, limpeza, vigilância, manutenção, contratos de motoristas, dentre outros. Sem falar que o corte trava qualquer possibilidade de capacitação de professores e investimento em obras.
Segundo o professor Rigler Aragão, coordenador geral do Sindunifesspa, diante do caos que se anuncia, os professores estão determinados e mobilizados. “Acho que desde a ocupação de 2016 a gente não tinha uma assembleia tão participativa. Mobilizou muito os professores, a comunidade acadêmica está muito preocupada com o que pode acontecer e foi deliberado que dia 15 a gente vai paralisar; vamos estar junto com os professores do município, vamos nos concentrar em frente à Unifesspa (Campus I), caminhar até a prefeitura, junto com as demais categorias que vão estar também se mobilizando”, explica Rigler, acrescentando que a ideia é fazer um grande ato no País para ver se o governo volta atrás nos cortes.
Leia mais:Sobre o momento da educação no País, o professor Bruno Malheiro, do curso de Educação do Campo, entende que toda a sociedade precisa se mobilizar. “A gente está num momento delicado, um momento de envolvimento e também de solidariedade e se a gente, nesse contexto, não conseguir dialogar com a sociedade em geral, demonstrando a necessidade do desenvolvimento do País a partir da universidade, a gente pode ver os nossos direitos escorrendo pelo ralo, então eu acho que isso é uma chamada para que os professores, estudantes, toda a comunidade acadêmica, participem conosco desse processo de mobilização e de conversa com a sociedade”.
O professor Marcos Vinícius, do Curso de Geografia, observa que os ataques à educação são um ataque à própria sociedade: “Cortar recursos da universidade nesse momento impacta não somente na vida da universidade, mas na vida da população como um todo, porque o objetivo da universidade é levar não apenas o conhecimento, mas uma melhoria de vida para a população onde ela se insere, então cortar esses recursos vai trazer impactos diretos para populações que podem ser beneficiadas com pesquisas que são feitas na faculdade que visem a melhoria da qualidade de vida da população com um todo”.
O dia 15 também é parte do calendário de luta contra o projeto de reforma da previdência. As centrais sindicais já indicaram o dia 14 de junho para a greve geral contra a reforma da previdência. (Chagas Filho)