Correio de Carajás

Em 2023, Parauapebas liderou denúncias de violência contra mulher no sudeste do Pará

Ao longo de 10 anos, o relatório mostrou que houve uma queda considerável de 77% na quantidade de denúncias.

O município registrou 64 casos através do Disque Denúncia

O Centro de Segurança Integrada (CSI) – antes conhecido como Disque Denúncia Sudeste do Pará – divulgou nesta terça-feira (23) dados referentes às denúncias registradas sobre violência contra a mulher em 2023, na região. Parauapebas lidera o ranking com 64 denúncias, seguida de Marabá, com 18. O relatório mostra queda de 20% na quantidade de denúncias de violência doméstica de 2022 para o ano passado.

A reportagem deste CORREIO teve acesso ao levantamento que abrange informações detalhadas sobre a quantidade de denúncias, distribuição por mês, municípios, bairros, além de traçar o perfil dos agressores e das vítimas.

DADOS

Leia mais:

No período de janeiro a julho de 2023, foi observado que o mês de fevereiro se destacou, registrando o maior número de denúncias, totalizando 8 casos. A distribuição ao longo dos meses apresentou variações, sendo janeiro e maio com 7 denúncias cada, março e junho com 6, abril com 5, e julho com mais 5.

Quanto à distribuição por municípios, Parauapebas concentrou a maior quantidade de denúncias, totalizando 64 registros. Marabá seguiu com 18 denúncias, Eldorado do Carajás com três e Canaã dos Carajás com uma denúncia.

Analisando os bairros, o Km 7, no núcleo Nova Marabá, em Marabá, se destacou com três denúncias, enquanto outros bairros apresentaram variação de duas a uma denúncia. Em Parauapebas, o Bairro da Paz liderou o ranking com seis denúncias, seguido por Cidade Jardim e Nova Carajás, ambos com seis registros, também. Os demais bairros apresentaram variação de cinco a uma denúncia.

AGRESSORES E AGRESSÕES

O perfil dos agressores e das vítimas foi traçado por meio de questionários respondidos em 86 denúncias. Vale ressaltar que 69% das vítimas vivem com os autores da violência. Os principais agressores foram os maridos (62%) e ex-maridos (17%). Quanto à maternidade, 74% das vítimas não souberam informar se possuíam filhos, 24% possuíam filhos, e 1% estava grávida no momento da agressão.

Quanto ao tipo de violência, 62% das vítimas sofreram violência física, 16% verbal, 9% psicológica, 8% sexual e 5% patrimonial. Em relação às agressões, 22% foram socos, 1% ferimento com arma branca e 1% enforcamento, enquanto 76% não souberam informar o tipo de agressão.

Sobre as armas/materiais utilizados, 92% não souberam informar, 3% foram arma branca, 2% fogo, 1% pedaços de pau/madeira e 1% cadeado. A condição do agressor no momento da agressão indicou que 7% estavam sob efeito de álcool e que 2% havia consumido outras drogas.

No que se refere ao período das agressões, 36% ocorreram à tarde, 33% à noite e 31% pela manhã.

QUEDA

Ao longo de 10 anos, o relatório mostrou que houve uma queda considerável de 77% na quantidade de denúncias. Em 2013, foram registrados 374 casos, enquanto 2023 aponta 86 casos em todo o sudeste paraense.

O ano de 2012 concentrou o maior número, com 653. E os anos anteriores não ficaram muito trás, considerando que em 2011 foram registradas 533 denúncias e em 2010 mais 552 casos.

Ao final do relatório, a CSI afirmou que busca contribuir com os órgãos competentes no combate ao crime de violência contra a mulher no sudeste do Pará. Além disso, ressaltou que a disponibilidade do disque denúncia visa fornecer auxílio e suporte aos órgãos de repressão e combate ao crime de violência contra a mulher, diante do aumento desses casos na região.

Apesar de ter informado em novembro do ano passado o encerramento das atividades na região, por falta de recursos, o serviço deu a volta por cima e continua em atuação, conforme confirmado à reportagem por Hellen Araujo, coordenadora da Central Disque Denúncia Sudeste do Para.

Para registrar uma denúncia, basta entrar em contato com o serviço através de telefone fixo (94 3312-3350) ou pelo WhatsApp (94 3312-3350), onde o usuário será atendido pela nossa atendente virtual, Eva. (Thays Araujo)