De acordo com o Boletim Informativo de Vazões e Níveis do Rio Tocantins divulgado pela Eletronorte nesta terça-feira (4), a previsão é que o nível do rio em Marabá chegue a 13,25 metros na sexta-feira (7) em Marabá.
Mesmo com a abertura de cinco comportas da calha central do vertedouro da Usina Hidrelétrica de Tucuruí na última segunda-feira (3), que teve como objetivo dar vazão à água do Rio Tocantins, a previsão é que o nível chegue a um dos maiores já registrados nos últimos 18 anos na região.
O diretor da Agência Nacional de Água e Saneamento Básico (ANA), Oscar Cordeiro Netto, afirmou que há preocupação com a situação de cheia na bacia do Rio Tocantins ao participar da 1ª Reunião da Sala de Crise da Cheia na Bacia do Rio Tocantins, ocorrida há uma semana, devido às fortes chuvas na região recentemente.
Leia mais:Na ocasião, ressaltou a excepcionalidade da situação de cheia na bacia do rio e o papel da Sala de Crise nesse cenário: “Nós já temos uma certa tradição em trabalhar nessas salas de crise, inclusive na bacia do Tocantins. Mas é a primeira vez em que temos uma situação de cheia associada”, comentou.
Netto enfatizou, ainda, a relevância da atuação da Sala com base no histórico de sucesso desse tipo de grupo no sentido de construir decisões com base no diálogo entre instituições públicas e privadas em situações de cheias e secas. “Nós temos, no momento, e uma oportunidade de fazermos um balanço da situação dessa cheia no [rio] Tocantins e, também, avaliar a previsão […] para que possamos tomar as melhores decisões para a gestão desse evento crítico”, destacou o dirigente.
O Portal Correio de Carajás consultou a dissertação com o tema “A cidade de Marabá sob o impacto dos projetos governamentais”, de José Jonas Almeidas, onde costa a tabela do DNAEE contendo dados do nível do Rio Tocantins entre os anos de 1976 e 2004 em Marabá.
Em 2007, segundo a tese, a professora Leila Weitzel, da Universidade Federal do Pará, elaborou o projeto Sistema de Informação Geográfica de Marabá (Sigma), com o objetivo de monitorar as áreas de risco.
A ideia surgiu justamente devido à situação que se repete todos os anos, quando centenas de famílias deixam suas casas que são invadidas pelas águas dos rios. “…retiradas para abrigos improvisados pela prefeitura. O governo municipal não tem um controle sobre a situação e sempre se encontra despreparado para prestar assistência aos desabrigados, pois nunca sabe a real quantidade de pessoas afetadas”.
Ao ouvir essa frase, dá até para acreditar que ela poderia ter sido dita ontem. (Ana Mangas e Luciana Marschall)