O clima começou tenso logo cedo neste domingo (2), nas escolas eleitorais, José Flávio de Lima, Walquise Viana, CAIC e Escola São Félix. Com centenas de pessoas em filas que, em alguns locais, chegam a dar voltas interna e externamente das estruturas educacionais devido à demora para votar, além de dificuldade acesso a idosos e cadeirantes e falta de ventilação nos corredores dos locais. Os motivos levantados até então são a lentidão no processo, os erros de identificação da biometria de idosos e as mudanças nos lugares de votação.
A equipe do Correio de Carajás conversou com Rita de Cássia Costa da Silva, de 23 anos, eleitora na escola José Flávio de Lima, que conta que entrou às 8h, mas, com a priorização dos idosos e a dificuldade com a biometria desses, uma fila enorme tem se formado, causando na jovem uma desesperança sobre quando poderá enfim votar. Além disso, mães com crianças de colo demonstraram expressivamente a dificuldade em aguardar por tanto tempo, em pé, para enfim chegarem às urnas.
Outra eleitora do mesmo local, e que não quis se identificar, fez uma análise de que o ideal seria que cada pessoa levasse de 30 a 35 segundos para votar, mas com a demora de 10 a 15 minutos para cada cidadão, ela teme que nem todos consigam votar, perdendo o direito de exercerem seus votos: “É preocupante”, declara.
Leia mais:O colegiado José Flavio de Lima apresenta surpreendentemente cerca de 800 pessoas que ainda não conseguiram apertar as urnas e seguem revoltados, com o atraso e o desconforto de estarem, desde a abertura dos portões aguardando em pé para votar. Em um vídeo gravado pela reportagem do Correio, é possível ver bastante agitação nos corredores, gritaria e até o início de um protesto, cobrando uma solução.
Na escola Walquise Viana, no bairro São Félix, do lado de fora, Francisca de Araújo Silva, de 55 anos, chegou às 7h da manhã e já se deparava com uma fila enorme que acompanhava o muro. A senhora havia sido entrevistada pela reportagem às 9h40 e ainda não havia conseguido passar do portão: “Acredito que as pessoas estão indecisas e, na hora de votar é que decidem escolher seus candidatos, causando uma demora”, levanta, dizendo ser um momento único e que para evitar situações como essa, trouxe sua colinha.
Outros dois fatos na mesma escola eleitoral chamaram atenção. Raimunda dos Santos de França, de 38 anos, chegou por volta de 8h30 e, vendo a extensão da fila, juntamente a demora do atendimento, ligou para que um parente trouxesse uma cadeira de praia para que a senhora pudesse esperar no que lhe concirna de forma cômoda. Por outro lado, houve gente, como Ana Paula que, ao ver a situação do colégio, não pensou duas vezes em desistir e optou por ir embora e posteriormente justificar seu voto.
O caos é intenso também no Colégio Militar Tocantins (antigo CAIC). Além de corredores abafados, com dificuldade de locomoção, empurra-empurra e a lentidão, como nos locais de votação, a equipe da TV Correio esteve presente no local e apurou que idosos e deficientes foram colocados para votar no pavimento superior, onde são alcançados somente por longas escadas. O transtorno iniciou-se desde cedo e não há previsão para acabar.
(Thays Araujo com informações de Ana Mangas, TV Correio/SBT e Jefferson Lima)