Realizado em São Paulo, neste mês, o 39º Congresso do ANDES – Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior – defendeu uma extensa pauta de mobilizações para este ano, que tem como ponto central a construção de uma greve dos docentes das instituições federais de ensino.
De Marabá, representando o Sindicato dos Docentes da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (SindUnifesspa), os professores Edma Moreira, Wanderley Padilha, Rigler Aragão e Cinthya Marques defenderam a elaboração do calendário de lutas para os próximos meses, que prevê rodada de assembleias até o dia 13 de março para debater a construção da greve e reunião conjunta dos setores das IFES e IEES dias 14 e 15 do mesmo mês. Na sequência, os docentes participarão do dia nacional de luta com paralisação, atividades e mobilização em 18 de março.
Durante o encontro, ficou claro para os professores que os ataques do governo federal à Educação Pública, como o programa “Future-se”, também impactam nos Estados e municípios. Por isso, os delegados deliberaram por construir a greve das instituições federais de ensino superior (Ifes) junto com os docentes das Estaduais e Municipais, buscando articular com demais entidades uma greve conjunta do Setor da Educação. Além disso, foi pautada a necessidade de incentivar e implantar a criação, nos estados, do Fórum Sindical, Popular e de Juventudes por Direitos e Liberdades Democráticas, o fortalecimento da Frente Escola sem Mordaça e a luta contra a militarização das escolas.
Leia mais:Aliás, os docentes de Marabá destacam que a política de corte de verbas das universidades e institutos federais e a política de proliferação de escolas militares têm sido a base ideológica de formação para a juventude, de modo combater essas ações é a única saída para salvar a educação.
Na visão dos professores, o ataque do governo à educação, focando na juventude, ocorre porque o governo sabe que, desde junho de 2013, os jovens vêm acelerando sua experiência e aprofundando seu protagonismo por uma educação pública, gratuita e emancipatória. Como exemplo, os professores citam as ocupações de escolas e universidades em 2016, a luta das jovens feministas contra Eduardo Cunha, a greve internacional de mulheres em 2017, o movimento “ele não” durante o primeiro turno da eleição 2018. São indicações que uma nova vanguarda mais radicalizada e com perfil anticapitalista se forja, e que refletiu no mês de maio de 2019 com o Tsunami da educação. (Da Redação)