O Pará ganhou destaque entre os estados brasileiros que mais aumentaram a participação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional. De acordo com a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), no relatório PIB do Pará 2020, em termos de participação, as unidades da Federação que apresentaram os maiores ganhos foram Pará (0,42 p.p. – ponto percentual), Mato Grosso (0,42 p.p.) e Santa Catarina (0,22 p.p.). No Pará, o ganho de participação ocorreu, principalmente, por conta do aumento no preço do minério de ferro, que beneficiou a indústria extrativista.
Em 2020, o PIB do Pará foi de R$ 215,94 bilhões, um avanço de 0,4% em sua participação na economia nacional, alcançando 2,8%, e passando a ocupar a 10ª posição entre as Unidades da Federação, ganho de uma posição em relação a 2019. Em relação ao PIB da região Norte (R$ 478,173 bilhões), o Pará contribuiu com 45,2%, mantendo a 1ª colocação na região.
“A indústria extrativista tem peso na economia paraense, representando quase 70% das atividades industriais. Em 2020, ela cresceu em 81,5% em relação ao ano de 2019. Esse desempenho se deve ao aumento da cotação da tonelada do minério de ferro no mercado internacional, que cresceu 15% em comparação à média do ano de 2019, e a flutuação na taxa de câmbio, com a valorização do dólar”, ressalta o secretário de Estado da Fazenda, René Sousa Júnior.
Leia mais:Outro ponto de destaque na economia paraense foi a agropecuária, com desempenho positivo nas três atividades do setor: agricultura, pecuária e produção florestal, pesca e aquicultura.
O PIB per capita do Pará foi de R$ 24.847 em 2020, aumento de 19,8% em comparação aos R$ 20.735 de 2019. O Estado manteve a 16ª posição no ranking do PIB per capita entre as UFs. A relação entre o PIB per capita do Pará com o PIB per capita da região Norte (R$ 25.608) e o PIB per capita do Brasil (R$ 35.936) foi de 0,97 e 0,69, respectivamente.
PIB Brasil – Em 2020, o PIB Brasil alcançou o valor de R$ 7,609 trilhões, com variação nominal de 3,0% em relação ao PIB de 2019 (R$ 7,389 trilhões). O PIB per capita nacional foi de R$ 35.935,74.
Entre as regiões, cresceram as participações do Norte e Centro-Oeste, com 0,6 e 0,5 p.p., respectivamente. No Norte, o ganho foi em função do resultado do PIB do Pará, que apresentou a segunda maior variação nominal (21,1%) entre as unidades da Federação. nN região Centro-Oeste, a maior contribuição foi do Mato Grosso, que obteve a maior variação em 2020 (25,7%).
Ainda em 2020, por causa da pandemia de Covid-19, as atividades econômicas de Transportes; Serviços; Indústrias de Transformação, e Administração, Defesa, Saúde e Educação públicas e Seguridade Social tiveram retração. Entre as atividades com crescimento real, o destaque foi o setor agropecuário (4,2%), influenciado pelo bom desempenho da agricultura, que aumentou o volume do cultivo de soja, café, cereais, algodão e outras lavouras temporárias.
Maria Gláucia Moreira, coordenadora de Estatística Econômica e Contas Regionais da Fapespa, explica que os dados são consolidados para o primeiro ano da pandemia nos estados. “Em termos de crescimento econômico, os estados sentiram os efeitos da pandemia. O Pará conseguiu se manter estável na expansão da produção, em relação a outros estados que tiveram quedas bem acentuadas, por exemplo o Rio Grande do Sul, com -7 na sua economia. A extração de minério de ferro é uma atividade muito importante, e estava muito elevada no mercado internacional, em 2020, contribuindo para o resultado”, atesta a coordenadora. (Da Redação)