Correio de Carajás

Economia do Pará deve receber R$ 4,1 bilhões com pagamento do 13º salário

Até o dia 30 de novembro, quando vence o prazo para o pagamento da primeira parcela do 13º salário, a economia paraense deverá receber um volume extra e considerável de recursos. A estimativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese/PA) é de que aproximadamente R$ 4,1 bilhões deverão ser injetados neste final de ano, nas duas parcelas do 13º. Este valor significa um crescimento de 4,62% em relação ao montante de 13º pago em todo o Pará no ano passado e representa cerca de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual. No Brasil, o montante é de cerca de R$ 211,2 bilhões.

Segundo o estudo do órgão, cerca de dois milhões de paraenses devem ser beneficiadas pelo pagamento do 13º, o que representa um crescimento de 2,16% em relação aos abrangidos pelo pagamento em 2017 (1.958.483 de pessoas).

Desse total, 883.991 são beneficiários da Previdência Social como aposentados ou pensionistas, correspondente a 44,2% do total de beneficiados, e outras 1.081.741 pessoas, correspondentes a 54,1%, são do setor formal da economia (público e privado), contribuintes da previdência. Já os empregados domésticos com Carteira assinada alcançam um total de 35 mil pessoas, correspondendo a 1,7% do total geral.

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Do montante total que deverá entrar na economia paraense com as duas parcelas do 13º, o total a ser pago aos beneficiários da Previdência soma R$ 1.271.243.518, ou seja, 30,7% do montante total; os assalariados do setor formal devem ficar com aproximadamente 68,4% do valor a ser pago, ou seja, R$ 2.828.675.723. Já os empregados domésticos, que representam 1,7% do total de beneficiados, receberão R$ 35.105.000, equivalente a 0,8% do montante.

(Foto: Marco Santos/USP Imagens)

VALOR MÉDIO

No Pará, o valor médio a ser pago ao conjunto de trabalhadores, a título de 13º salário, foi estimado pelo Dieese/PA em R$ 1.928,24. Em termos dos proventos da Previdência, o valor médio a ser pago é de R$ 1.438,07. Dentro desta média encontra-se o pessoal do regime geral – beneficiários do INSS que receberão em média R$ 1.124,58. Os empregados do mercado formal receberão em média R$ 2.614,93. Cada trabalhador doméstico com Carteira assinada terá direito a R$ 1.003, valor médio no Pará.

Entretanto, a exemplo do ano passado, o impacto no consumo tanto no Pará como em todo o Brasil, não será proporcional aos montantes projetados, em função principalmente do pagamento, por parte dos trabalhadores de dívidas anteriores. Com a inadimplência bastante elevada, motivada principalmente pela ainda elevada taxa de juros (no crediário, cheque especial e cartões de crédito), pela queda de poder aquisitivo e pelo desemprego, é difícil de imaginar que o consumidor queira se endividar ainda mais.

Na avaliação do Dieese/PA, uma parcela considerável do montante que deverá entrar na economia até o dia 30 de novembro deverá ir mesmo para cobrir dívidas. Parte deste dinheiro já foi recebida por ocasião das férias de milhares de trabalhadores, e no caso dos aposentados mediante adiantamento da primeira parcela do 13º, em setembro passado. Mesmo assim o montante que sobrará será bastante volumoso. A orientação para os trabalhadores é de fazer compras à vista.

DISTRIBUIÇÃO POR TODO O BRASIL

Segundo o Dieese/PA, a maior parcela do 13º (cerca de 49,1%) deve ficar nos Estados da Região Sudeste. Na Região Sul devem ser pagos 16,6% do montante, enquanto ao Nordeste serão destinados 16%. No Centro Oeste devem ficar 8,9% do montante e o Norte, mais uma vez, ficará com a menor parcela, cerca de 4,7%.

(Fonte:Diário do Pará)