Com a aproximação do mês de julho e junto dele o período tão esperado das férias, um dos grandes atrativos de Marabá começa a receber diversos banhistas. Só no último final de semana, cerca de mil pessoas estiveram na famosa Praia do Tucunaré. Com a chegada dos veranistas, começam a aparecer algumas preocupações à medida que a areia se revela: muito lixo, ausência de banheiros químicos, poucos bombeiros e falta de órgãos de segurança pública.
A praia é uma ilha localizada exatamente em frente à Orla da Marabá Pioneira. Surge apenas nesta época do ano, com a diminuição das chuvas na região. Para chegar até ela, é necessário seguir em uma embarcação, que pode ser um barco tradicional ou em rabetas, por cerca de oito minutos e a passagem custa R$ 3. O embarque deveria ser acompanhado pela Guarda Municipal, para a segurança dos passageiros, o que não vem acontecendo nas últimas semanas.
Além disso, uma das reclamações dos visitantes foi a grande quantidade de lixo espalhada pela praia. Caixas d’água foram improvisadas pelos próprios comerciantes para que os banhistas a utilizassem para despejar os resíduos. Outro ponto que rendeu a insatisfação da população é a falta de banheiros químicos. O que se vê são “cercadinhos” feitos de improviso com tapumes também feito pelos vendedores.
Leia mais:Bombeiros
Quanto à presença de bombeiros, outra solicitação dos veranistas, apenas dois foram vistos no entorno da praia. A equipe de Reportagem procurou o Capitão Macedo, do Corpo de Bombeiros, para saber como o agrupamento está se preparando para a época de veraneio. “Tínhamos escalado uma dupla para o sábado e outra para o domingo, mas provavelmente vamos aumentar esse número já que o fluxo de pessoas está maior”, explicou.
De acordo com Macedo, cada pessoa é responsável pela própria vida e ele faz um alerta para banhistas que levam crianças, idosos ou pessoas com necessidades especiais para a praia. “O bombeiro está lá para auxiliar. Somos um complemento na questão da segurança. Não tem como um bombeiro ficar observando todas as pessoas ao mesmo tempo. Cada cidadão tem sua parcela de responsabilidade”, afirmou.
Aos pais, o Capitão orienta que, caso levem crianças para o balneário, que elas usem colete salva-vidas ou boias. “Aconselhamos que elas utilizem algum dispositivo de segurança que dificulte ou evite que elas venham a se afogar”, aconselhou.
Já aos rabeteiros e pilotos de jet ski, Macedo chama atenção para que não trafeguem entre os banhistas, justamente para evitar acidentes e possíveis fatalidades. “Solicitamos a compreensão da população para que não venham causar acidentes e até mesmo responder a um processo, porque tudo isso pode acontecer quando você mistura a embarcação com os banhistas”, pediu.
Barraqueiros
Neste fim de semana, a praia ficou lotada com famílias inteiras disputando um espaço ao sol. E enquanto muitos buscavam diversão, outros faturavam com a venda de produtos. A grande procura nas barracas fica por conta do peixe tucunaré frito.
Há 42 anos instalada na Praia do Tucunaré, Teresinha Sales comemora o grande número de pessoas que visitou o balneário neste final de semana. Segundo ela, é possível que as barracas não aguentem a quantidade de pessoas que a praia vem recebendo. “Já tem mais gente este ano comparando com o mesmo período do ano passado”, estimou.
Segundo ela, para conquistar a freguesia, foi preciso manter o preço dos produtos comercializados na barraca igual ao ano passado. “Tira gosto é R$40, completo é R$50. Peixe varia de preço, de R$50 a R$100, dependendo do tamanho e da espécie que o cliente escolhe. A cerveja é R$ 5, já o balde com cinco unidades sai por R$20”, completa.
Questionada pela Reportagem do CORREIO, dona Teresinha pediu que a prefeitura traga boas atrações para a praia este ano. “Aqui nós estamos esquecidos, então precisamos chamar a atenção do povo que vem se divertir na praia”, solicitou.
Dona de uma barraca de pipas e bijuterias há seis anos, a comerciante Maria Luiza Pantoja também comemorou o bom movimento. Segundo ela, a torcida é que o fluxo continue aumentando com a chegada do período das férias, mas também pede que a prefeitura contribua para todos os comerciantes tenham boas vendas.
Rabeteiros
Presidente da Associação de Rabeteiros de Marabá, Edivaldo Pereira, comemorou a melhora de fluxo neste final de semana. Segundo ele, todos os 58 rabeteiros que fazem parte da associação estão trabalhando. O valor da passagem cobrado por pessoa é de apenas R$ 3. “No ano passado não tivemos nenhum acidente envolvendo nossas rabetas e, se Deus quiser, este ano também ficará tudo bem”, comentou.
Prefeitura
Procurada pelo CORREIO, a Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Marabá (Ascom) prometeu que os banheiros químicos serão implantados ainda esta semana na Praia do Tucunaré, e que eles ainda não foram instalados pela hipótese de a maré voltar a subir.
Ainda segundo o comunicado, as equipes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA) e a Secretaria de Saneamento Ambiental (SSAM) já estão em ação para limpeza das praias, principalmente a praia do Tucunaré, onde as ações iniciarão ainda esta semana, já que a praia começou a aparecer e ter o fluxo de pessoas iniciado.
Quanto à programação oficial da prefeitura para o verão deste ano, a assessoria informou que ela ainda está sendo finalizada para, assim, ser divulgada à população.
“As equipes de segurança como Bombeiros e Guarda Municipal também já estão em fase execução do planejamento de verão e deve começar as ações ainda nesta primeira quinzena”, finaliza a nota.
Sujeira é a maior reclamação de banhistas
A longa faixa de areia no meio do Rio Tocantins é o prenúncio que toda a população da região aguardava: vai dar praia. Há cerca de 15 dias a Praia do Tucunaré vem recebendo centenas de banhistas de Marabá e municípios vizinhos. O fenômeno natural que ocorre somente uma vez ao ano se estende até o mês de outubro e é um dos mais esperados, mas algo tem “enfeiado” essa paisagem: o lixo jogado na areia e na água do rio.
O marabaense Antônio Cajueiro afirmou que é a segunda vez que visita a praia neste período. Apesar de estar feliz com o surgimento do balneário, ele criticou a quantidade de lixo jogada no local. “Não adianta a gente condenar o poder público e não fizer nossa parte. Isso tem que ser a própria consciência dos banhistas. Tenho certeza que a prefeitura fará a parte dela, mas nós também precisamos fazer a nossa”, declarou.
Veldileia Marques foi outra banhista que criticou a sujeira que se estende por toda a praia. Ela mesma mostrava uma sacola plástica que levou para coletar o lixo que foi descartado pela família. “Nós, como usuários, precisamos preservar o meio ambiente. Coletar nosso lixo, é tão simples, basta trazer uma sacola de casa e pronto”, afirmou.