Correio de Carajás

Duas mortes e um mistério na Folha 17

O Departamento de Homicídios da Polícia Civil tem em mãos um quebra-cabeças difícil de ser montado: o duplo assassinato ocorrido na noite de sábado (16), na Folha 17 (Nova Marabá). As vítimas são Caio Vinicius Alves Cadete, de 21 anos, e Charles Brow Melo da Silva, de 17. O crime ocorreu na quitinete em que eles moravam por volta das 23h30.

Poder-se-ia imaginar que se trata de mais um acerto de contas, envolvendo algum negócio mal resolvido ou mesmo tráfico de drogas, mas algumas coisas não batem. A começar pelo fato de que as vítimas são do Estado de Pernambuco e chegaram a Marabá no dia 30. Ou seja, é pouquíssimo tempo. Eles teriam vindo a esta região para vender confecções e redes.

Como o caso está envolto em mistério, a Polícia Civil atua com muito mais cautela do que de costume. “É muito prematuro para se apontar uma motivação, mesmo porque essas vítimas estavam há pouco tempo aqui no município. Logicamente todo contexto de relações sociais dessas pessoas será levantado pela Polícia Civil”, afirma o superintendente regional de Polícia Civil do Sudeste do Pará, delegado Vinícius Cardoso das Neves.

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Ainda de acordo com o delegado, a vida pregressa das vítimas também já está sendo investigada, na tentativa de encontrar algum fio da meada que possa ser seguido. Ele espera que dentro de 30 dias os resultados dessa investigação possam ser apresentados.

Como foi

Segundo informações colhidas pela Polícia Civil, as vítimas haviam chegado a um dos cômodos da vila de quitinetes, na Folha 17, Quadra 30, quando, por volta das 22h30, dois indivíduos chegaram em uma motocicleta e entraram no local, perguntaram se algum deles era de Belém e logo em seguida já foram atirando. Os dois rapazes morreram na hora.

De acordo com o delegado Vinícius Cardoso, os criminosos estavam usando capacetes, o que dificulta a identificação deles. Outra informação obtida pela polícia é de que os matadores usaram pistolas para cometer o duplo assassinato.

Pela manhã desta segunda-feira (18), a reportagem do CORREIO esteve na área donde tudo ocorreu, que fica na divisa com a Folha 10, mas no local prevaleceu a chamada “Lei do Silêncio”, ninguém sabe, ninguém viu.

(Chagas Filho)