Correio de Carajás

Doze mortes por afogamento no rio Parauapebas este ano alertam para os perigos

Doze pessoas morreram vítimas de afogamento no Rio Parauapebas neste ano, a maioria com idades de 18 e 39 anos. Os dados são do 23º Grupamento Bombeiro Militar (GBM). Os números levam a uma média de dois óbitos por mês no primeiro semestre.

Um rio de águas turvas, fortes correntezas e redemoinho que contribuem para que um simples mergulho possa terminar em tragédia. Este foi o caso do lutador de Artes Marciais Mistas (MMA) Thalyson Alves da Silva, a última morte registrada por afogamento em Parauapebas, no dia 25 de junho deste ano. O corpo dele foi encontrado quase 24 horas depois do afogamento. O atleta nadou até a metade do rio, mas ao retornar até às margens, foi arrastado pela correnteza.

De acordo com informações da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa), a cada 90 minutos um brasileiro morre afogado, em 70% das mortes por afogamento ocorre em rios de água doce, e na maioria dos casos as vítimas são do sexo masculino.

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Os dirigentes do 23° Batalhão disseram ao Correio de Carajás que as vistorias e fiscalizações no mês de julho, período de férias, serão intensificadas em balneários, para diminuir os casos de afogamento.

A reportagem percorreu três balneários da cidade, próximos ao Rio Parauapebas, e constatou que os estabelecimentos estão investindo em alternativas de lazer mais seguras para os clientes, como áreas de piscinas adulto e infantil.

Valben Silva Costa é dono de um dos balneários visitados. O espaço que antes tinha acesso direto ao rio foi transformado em uma área fechada com piscina. Valben Silva Costa, que trabalhou nas margens do rio de 2012 a 2016, conta que a decisão de mudar o foco para piscinas se deu após repetidos casos fatais de afogamento. “O Rio Parauapebas é muito perigoso, com pedras e buracos escondidos. Tivemos muitas vítimas fatais e decidimos investir em locais de lazer mais seguros para os nossos clientes.”

Outro balneário visitado foi o de Adalberto Reis, que mantém o acesso ao rio, mas com medidas rigorosas de segurança. Adalberto, que está no ramo há 11 anos, ressalta a importância de uma abordagem preventiva. “Temos três seguranças e três bombeiros para monitorar a área do rio e garantir a segurança dos banhistas. Orientamos constantemente sobre os perigos da correnteza e das pedras.”

Já em outro balneário, Jorge Porto Garcia destaca que, apesar de o local ser voltado para famílias e com um ambiente mais seguro devido ao fundo raso e à supervisão dos pais, ainda assim é essencial ter cautela. “Pedimos para os pais ficarem com os filhos apenas na parte rasa do rio e estamos sempre atentos para evitar qualquer tipo de acidente.”

A experiência de Deijane de Medeiros reflete uma tendência crescente entre os moradores: a preferência por piscinas em vez do rio.

Por sua vez, Tande Berguer compartilha a visão de que as piscinas oferecem uma segurança muito maior para os frequentadores. “Apesar de muitas pessoas preferirem o rio, eu sempre opto pelas piscinas, onde há salva-vidas e um ambiente controlado que pode prevenir tragédias. Eu já perdi um amigo no rio Parauapebas,”

O aumento das medidas de segurança e a mudança para alternativas mais seguras são passos essenciais para enfrentar a realidade cruel dos afogamentos no Rio Parauapebas. É fundamental que todos os banhistas sejam conscientes dos perigos e sigam as orientações de segurança para evitar novas tragédias.

A prevenção é a chave para garantir que o lazer não se transforme em uma fatalidade. Com um alerta para os riscos das águas turvas e uma ênfase em opções mais seguras, todos podem contribuir para um ambiente mais seguro para o desfrute das águas e, assim, evitar que mais vidas sejam tragicamente perdidas.

(Theíza Cristhine, com informações de Ronaldo Modesto)