Correio de Carajás

Dormir bem diminui riscos de ataques cardíacos e AVCs, diz estudo

Segundo os pesquisadores, a qualidade do sono pode preservar melhor o coração e diminuir os riscos para os transtornos

Foto: Freepik

Nove a cada 10 pessoas afirmam que não têm noites tranquilas de sono, segundo dados revelados no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia em 2022. Isso é preocupante, segundo especialistas, porque dormir bem pode diminuir os riscos de ataques cardíacos e de acidentes vasculares cerebrais (AVCs), de acordo com um novo estudo.

7.200 homens e mulheres com idades entre 50 e 72 anos e que não tinham doenças cardiovasculares participaram da pesquisa. Eles precisaram passar por exames físicos e responder um questionário completo sobre estilo de vida, históricos médicos pessoais e familiares e condições médicas pré-existentes. Os pesquisadores verificaram ainda a incidência de doença cardíaca e acidente vascular cerebral a cada dois anos por um total de 10 anos nos pacientes.

A partir disso, os pesquisadores conseguiram traçar cinco hábitos de sono e identificar quais pacientes tinham boas noites de sono. Cada hábito foi considerado como um fator e recebeu a pontuação de 1 se era ótimo e 0 se fosse ruim. Ao final, os pesquisadores calcularam um escore de sono saudável que variava de 0 a 5 — 5 sendo ótimo e 0 ou 1 sendo ruim.

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Quem teve boas pontuações nos dados coletados dormiu, em média, de 7 a 8 horas por noite e não apresentava insônia, apneia ou outros distúrbios relacionados ao sono. Do total, 10% dos participantes tiveram uma pontuação ótima de sono, enquanto 8% tiveram uma pontuação ruim. Outro dado observado foi que 274 pessoas desenvolveram uma doença cardíaca coronária ou acidente vascular cerebral (AVC) no período do estudo.

Para cada aumento de 1 ponto nos hábitos de sono, os riscos de doença cardíaca coronária e acidente vascular cerebral diminuíram 22%. Em comparação, aqueles que tinham uma pontuação 5 nos hábitos de sono tiveram um risco 75% menor de doença cardíaca ou AVC. Além disso, ao longo de dois acompanhamentos médicos do pacientes, 48% dos participantes mudaram a pontuação de sono; 25% diminuíram; e em 23% melhoraram.

Segundo os pesquisadores, os dados são ainda mais surpreendentes quando observados na proporção de eventos cardiovasculares que poderiam ser evitados. Se todos os participantes tivessem uma pontuação ideal de sono, 72% dos novos casos de doença cardíacas e acidente vascular cerebral poderiam ser evitados a cada ano.

“Dado que a doença cardiovascular é a principal causa de morte em todo o mundo, é necessária uma maior conscientização sobre a importância de um bom sono para manter um coração saudável”, salienta Aboubakari Nambiema, que assina o texto da pesquisa.

(Fonte: Correio Braziliense)