O dólar opera em forte alta nesta sexta-feira (12), na volta do feriado e depois de uma quinta-feira turbulenta nos mercados globais, à medida que aumentaram as dúvidas sobre o ritmo de recuperação da economia global e os temores de uma segunda onda de contágio por coronavírus.
Às 9h53, a moeda norte-americana era vendida a R$ 5,0408, em alta de 2,18%. Mais cedo, na abertura, chegou a registrar alta de mais de 3%, e bateu R$ 5,1128.
Na quarta-feira (10), o dólar fechou a R$ 4,9334, com avanço de 0,92%, acumulando queda de 7,55% na parcial do mês. No ano, a valorização é de 23,03%.
Leia mais:O Banco Central realizará nesta sexta-feira leilão para rolagem de até 12 mil contratos de swap tradicional com vencimento em setembro de 2020 e fevereiro de 2021, destaca a Reuters.
Cenário externo e interno
As bolsas da Europa operam em alta nesta sexta, após forte tombo na véspera, com as graves perspectivas econômicas divulgadas pelo Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) e os crescentes casos de coronavírus nos Estados Unidos lembrando os investidores de que os danos econômicos causados pela pandemia estão longe de terminar.
Wall Street registrou o pior pregão em quase três meses, em um mercado preocupado com as incertezas sobre a economia e a saúde nos Estados Unidos, após o BC dos EUA ter projetado que a economia norte-americana deve recuar 6,5% em 2020, enquanto o desemprego deve fechar o ano ainda em 9,3%.
No cenário doméstico, permaneceram as incertezas sobre a perspectivas de recuperação da economia, em meio a um cenário de permanente avanço do número de novos casos diários da Covid-19 e de tensões políticas.
“Na política, o presidente Jair Bolsonaro segue formando sua base de apoio com a entrega de cargos e recriou a pasta do Ministério das Comunicações, entregando-a para o deputado do PSD-RJ, Fábio Faria. Com isso o presidente tem cada vez mais apoio do chamado “centrão” no Congresso”, destaca a equipe da Necton.
Nesta semana, os economistas do mercado financeiro reduziram novamente a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, conforme boletim “Focus” do Banco Central. A projeção passou de uma queda de 6,25% para um tombo de 6,48%.
Já a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) estimou uma contração de pelo menos 7,4% para o PIB do Brasil neste ano, podendo chegar a um tombo de 9,1% em caso de segunda onda da pandemia e necessidade de regresso aos confinamentos.
A projeção do mercado brasileiro para a taxa de câmbio no fim de 2020 ficou estável em R$ 5,40, de acordo com o boletim Focus. Para o fechamento de 2021, permaneceu em R$ 5,08 por dólar.
Os investidores seguem projetando um novo corte na taxa básica de juros da economia brasileira na reunião da próxima semana do Copom. Atualmente, a Selic está em 3% ao ano. A previsão dos analistas é que a taxa termine o ano em 2,25%. (Fonte:G1)