Correio de Carajás

Dois terços das profissões que mais empregam tiveram salário inicial reduzido

Inflação e desemprego levaram a queda na média de pagamento, aponta pesquisa da CNC

Uma pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrou que 67 das 100 profissões que mais empregam no Brasil tiveram o salário inicial reduzido em 2021, em relação aos valores pagos em 2020.

O estudo foi elaborado partir de dados de agosto do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e da Previdência, considerando as ocupações com o maior número de empregados formais, que correspondem a 72% do total de postos de trabalho com carteira assinada do país.

Os salários iniciais mais baixos oferecidos em 2021 são para operadores de telemarketing (R$ 1.144,96), atendente de lanchonete (R$ 1.330,23) e vendedor no comércio varejista (R$ 1.345,53). Todas essas profissões tiveram o pagamento mensal reduzido em comparação com o ano anterior.

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No entanto, o cargo que mais sofreu a redução dos salários iniciais foi o de professor para Ensino Fundamental, que começam a voltar às salas de aula na rede privada com o avanço da vacinação. Em 2020, um profissional iniciante recebia cerca de R$ 3.853,50. Agora, o valor pago para o mesmo perfil profissional é R$2.160,82, uma queda de 53,6%.

Entre as profissões que foram valorizadas no quesito salário inicial, se destacam o médico clínico, que passo a receber cerca de 15% a mais neste ano, o vigilante, com 36% de aumento no salário inicial e o professor de Educação Infantil, que recebe 41,9% a mais em comparação com 2020.

O levantamento também apontou que 59 profissões têm o salário inicial de no máximo dois salários mínimos. Isto é, cerca de R$ 2,2 mil.

A pesquisa aponta ainda que a taxa de desemprego e a inflação favorecem o cenário de compressão dos salários. No trimestre encerrado em julho, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, a taxa de desemprego no Brasil caiu de 14,1% para 13,7%. Já a previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país, subiu para 8,96% em 2021 e 4,40% em 2022.

(Fonte: CNN)