Correio de Carajás

DNA-HPV começa a transformar o rastreamento do câncer do colo do útero no Pará

O exame já está sendo realizado na capital Belém, e deve chegar a todos os municípios do estado até dezembro de 2026

Exame inovador chegará a todos os municípios até dezembro de 2026/ Fotos: Divulgação

Em pleno Outubro Rosa, mês dedicado à conscientização sobre a saúde da mulher, o estado do Pará dá um passo decisivo na luta contra o câncer do colo do útero. A incorporação do exame molecular DNA-HPV ao Sistema Único de Saúde (SUS) representa uma revolução no rastreamento da doença, especialmente nas regiões Norte e Nordeste, onde os índices de mortalidade ainda são alarmantes.

Diferente do tradicional Papanicolau, que detecta alterações celulares já existentes, o DNA-HPV identifica a presença do vírus antes mesmo do surgimento de lesões. Isso permite um diagnóstico mais precoce, aumentando as chances de cura com tratamentos menos invasivos e oferecendo mais segurança às mulheres.

No Pará, Belém foi escolhida como cidade-piloto para iniciar a implementação do exame, com coletas já realizadas na Unidade Básica de Saúde (UBS) da Ilha do Combú. A expectativa é que, até dezembro de 2026, todos os municípios do Estado estejam integrados à nova estratégia de prevenção. No sudeste paraense, cidades como Marabá e Redenção aguardam a inclusão oficial, mas já se articulam para receber a tecnologia.

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Vozes da transformação

“Esse exame representa um avanço histórico na saúde da mulher. Ele permite uma detecção precoce e reduz a necessidade de exames repetitivos, já que um resultado negativo garante tranquilidade por até cinco anos”, explica Dra. Ketlyn Dias Will, ginecologista, obstetra e professora da Afya Marabá.

Segundo ela, o DNA-HPV tem sensibilidade diagnóstica superior ao Papanicolau e pode ser decisivo para reduzir os índices de mortalidade por câncer cervical na região de Carajás. “Temos estrutura e profissionais capacitados. O que falta é a formalização da oferta pelo SUS. A chegada do DNA-HPV aqui pode mudar a realidade de milhares de mulheres que ainda enfrentam barreiras para acessar exames preventivos”, reforça Dra. Ketlyn.

Em Redenção, a mobilização começa a ganhar força com o apoio de instituições de ensino e saúde, como a Afya Redenção, que tem se mostrado parceira na promoção de iniciativas voltadas à saúde feminina. Segundo Katiucy Prado, coordenadora do ambulatório da instituição, somente no primeiro semestre do ano, do total de quase 3 mil atendimentos realizados no ambulatório escola, cerca de 20% do total é de consultas de ginecologia, o que demonstra que o público feminino tem buscado cuidar da saúde.

Já em Marabá, onde a rede pública conta com serviços de colposcopia e biópsia, a expectativa é que a cidade seja contemplada na próxima fase de expansão. “A introdução do exame DNA-HPV no SUS é um avanço significativo para a saúde pública de Marabá e de todo o Pará. Ele detecta o material genético do papilomavírus humano (HPV), principal causador do câncer do colo do útero, antes mesmo de provocar alterações celulares. Isso aumenta as chances de cura com tratamentos menos agressivos”, afirma Dra. Ketlyn.

Ela destaca que a tecnologia trará benefícios concretos: “Em alguns casos, o exame permite a autocoleta, o que facilita o acesso de mulheres em comunidades remotas e indígenas. Isso amplia a cobertura de rastreamento e pode reduzir significativamente a mortalidade por câncer de colo do útero, que ainda é altamente prevalente na nossa região”.

Outro ponto importante, segundo Dra. Ketlyn, é a possibilidade de ampliar o intervalo entre coletas. “Quando o resultado é negativo, o exame só precisa ser repetido a cada cinco anos, em vez de anualmente. Isso representa mais conforto para a paciente e otimização dos recursos públicos. Estamos diante de um método moderno, confiável e menos desconfortável, com potencial de salvar vidas e promover equidade no acesso à tecnologia de ponta”.

Apesar de ainda não haver uma data definida para o recebimento dos kits em Marabá, a médica reforça que a expectativa é grande: “Seguimos confiantes e mobilizados. O Outubro Rosa nos lembra que prevenção é um ato de amor-próprio, e o DNA-HPV é uma ferramenta poderosa nesse cuidado”.

De acordo com o Ministério da Saúde, o exame será oferecido gratuitamente para mulheres entre 25 e 64 anos, com possibilidade de autocoleta domiciliar em áreas de difícil acesso. A meta é alcançar 7 milhões de mulheres por ano em todo o país.

Os atendimentos médicos nos ambulatórios escolas da Afya em Marabá e Redenção acontecem de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h30, e aos sábados, das 8h às 12h.

Sobre a Afya 

 A Afya, maior ecossistema de educação e tecnologia em medicina no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior, 33 delas com cursos de Medicina e 25 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde em todas as regiões do país. São 3.653 vagas de Medicina aprovadas e 3.543 vagas de medicina em operação, com mais de 24 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da Medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de Medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil e “Valor 1000” (2021, 2023, 2024 e 2025) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do Pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 – Saúde e Bem-Estar. Mais informações em: www.afya.com.br e ir.afya.com.br

 

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