A dívida pública federal, que inclui os endividamentos do governo dentro do Brasil e no exterior, cresceu 1,01% em junho, para R$ 3,754 trilhões, informou a Secretaria do Tesouro Nacional nesta quarta-feira (25). Em maio, a dívida somava R$ 3,716 trilhões.
O aumento da dívida pública em junho ocorreu unicamente por conta das despesas com juros da dívida pública, que somaram R$ 38,04 bilhões.
No mês passado, o resgate de papéis da dívida (retirada de títulos públicos do mercado) superou a emissão de novos títulos pelo governo em R$ 410 milhões, gerando queda na dívida na mesma proporção.
Leia mais:Entretanto, as despesas do governo com o pagamento de juros aos investidores que compram os papéis da dívida superaram os R$ 410 milhões da diferença entre resgate e emissões de títulos. Por isso a dívida cresceu.
A dívida pública é a emitida pelo Tesouro Nacional para financiar o déficit orçamentário do governo federal, ou seja, pagar por despesas que ficam acima da arrecadação com impostos e tributos.
Em todo ano passado, a dívida pública teve aumento de 14,3%, segundo números oficiais. A expectativa da Secretaria do Tesouro Nacional é de uma nova alta em 2018, podendo chegar a quase R$ 4 trilhões no fim do ano.
Dívidas interna e externa
Quando os pagamentos e recebimentos são realizados em real, a dívida é chamada de interna. Quando tais operações ocorrem em moeda estrangeira (dólar, normalmente), é classificada como externa.
- Dívida interna: foi registrada uma alta de 0,94% em junho, para R$ 3,607 trilhões, contra R$ 3,573 trilhões em maio. Neste caso, o aumento foi de R$ 34 bilhões.
- Dívida externa: resultado da emissão de bônus soberanos (títulos da dívida) no mercado internacional e de contratos firmados no passado, contabilizou uma alta de 2,67% no em junho, para R$ 146,79 bilhões. O aumento da dívida externa foi de R$ 3,82 bilhões.
Compradores
Os números do Tesouro Nacional também revelam que a participação dos investidores estrangeiros na dívida pública interna registrou queda em junho.
No mês passado, os não residentes detinham 11,93% da dívida total, o equivalente a R$ 430 bilhões, contra 11,96% do total da dívida interna em maio.
- fundos de investimento (R$ 957 bilhões, ou 26,53% do total);
- fundos de previdência (R$ 900 bilhões ou 24,97% do total);
- instituições financeiras (22,58% do total, ou R$ 814 bilhões).
Perfil da dívida
Em junho deste ano, o percentual de papéis prefixados totalizou 35,38%, ou R$ 1,276 trilhão, contra 35,75%, ou R$ 1,277 trilhão, em maio. Os números foram calculados após a contabilização dos contratos de “swap cambial”.
Os títulos atrelados à taxa Selic (pós-fixados), por sua vez, tiveram sua participação diminuída em junho. Em maio, representavam 30,13% do total (R$ 1,076 trilhão), recuando para 26,50%, ou R$ 955 bilhões, em junho deste ano.
A parcela da dívida atrelada aos índices de preços (inflação), que estava em 30,49% em maio, o equivalente a R$ 1,089 trilhão, passou para para 30,47% do total, ou R$ 1,099 trilhão, em junho deste ano.
Já os ativos indexados à variação da taxa de câmbio, que somaram 3,62% do total em maio, ou R$ 129,47 bilhões, subiram para 7,65% do total em junho, equivalentes a R$ 275,87 bilhões, no mês passado. Essa é a participação mais alta desde maio de 2016, quando estava em 8,67% do total.
A dívida em dólar teve aumento nos últimos meses por conta da emissão de contratos de “swap cambial” – que equivalem à venda de dólar no mercado futuro – pelo Banco Central para fornecer proteção ao mercado e conter uma disparada da moeda norte-americana. (Fonte:G1)