Correio de Carajás

Diplomacia ucraniana agradece voto do Brasil na ONU, mas pede sanções

Encarregado de Negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach pediu que empresas brasileiras deixem de fazer negócios com a Rússia

O voto do Brasil contra a Rússia em reunião emergencial da Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira (2/3) foi comemorado pelo encarregado de Negócios da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, a maior autoridade da diplomacia ucraniana em território brasileiro.

“Agradecemos a todos os países que aprovaram a resolução, agradecemos ao Brasil”, disse o encarregado, em entrevista coletiva na Embaixada da Ucrânia em Brasília na tarde desta quarta-feira de cinzas. “Mas precisamos de mais sanções para realmente levar os russos a recuar”, cobrou o diplomata.

Anatoliy Tkach apelou ao governo brasileiro que corte relações comerciais com a Rússia. “E se não for possível a nível estatal, que as empresas brasileiras sigam o exemplo de companhias como a Netflix e deixem de oferecer seus serviços à Rússia. É uma pressão que pode ser efetiva”, disse ele, que evitou reclamar diretamente da posição ambígua do Brasil, que condena a Rússia em sua diplomacia, mas tem no presidente Jair Bolsonaro (PL) um defensor da “neutralidade” frente ao conflito.

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Resolução

Após três dias de uma rara reunião emergencial, a ONU aprovou resolução contra a Rússia e seu presidente, Vladimir Putin, pela invasão e pelos bombardeios na Ucrânia. Dos 193 países, 141 votaram a favor, cinco contra e 35 se abstiveram. Eram necessários dois terços para a aprovação.

Dessa forma, portanto, a decisão foi esmagadora contra os russos. O documento, feito conjuntamente por 94 países, aponta que a ONU “deplora fortemente a agressão da Federação Russa contra a Ucrânia”. O Brasil votou contra os russos, mas não participou da construção da resolução.

A ONU demanda que a Rússia interrompa imediatamente os ataques e retire total e incondicionalmente as forças militares do território ucraniano.

Juridicamente, a resolução não é vinculativa: somente expressa o posicionamento oficial da ONU. O objetivo é subir a pressão sobre Moscou, e também Belarus, que tem se aliado aos russos. É esperado, agora, que as sanções contra a nação comandada por Vladimir Putin aumentem.

No sexto dia de ataques, Kiev, capital e coração do poder, e Kharkiv, segunda maior cidade ucraniana, estão sob forte bombardeio. Civis foram alvejados pelas tropas russas.

De acordo com o diplomata ucraniano no Brasil, dois mil civis já morreram na guerra.

(Fonte: Metrópoles)