Durante coletiva na tarde de ontem, os advogados do agente, Helder Igor Sousa Gonçalves e Rodrigo Mota Araújo, alegaram que ele se entregou espontaneamente. Segundo eles, ainda não é possível antecipar qual a linha de defesa que farão. A ideia inicial deles é conversar amplamente com Diógenes em um momento adequado, porque neste momento o cliente deles está muito consternado.
De acordo com os advogados, o que de fato aconteceu foi a apresentação espontânea de Diógenes Samaritano, sendo combinado que ele prestaria esclarecimentos. “Não havia comportamento de fuga em momento algum”, afirma Rodrigo Araújo, acrescentando que, inclusive, o acusado foi levado sem uso de algemas para a delegacia, pois não houve resistência ou perigo para ninguém, como prevê a legislação brasileira.
“Saber que alguém foi preso quando se apresentou espontaneamente e está sob o poder do Estado em detrimento de todas as garantias individuais que o texto constitucional de 1988 lhe chancela é obviamente uma injustiça e isso não se pode aceitar”, asseverou o advogado.
Leia mais:“Com todas as vênias e de forma educada, respeitosa, sem atentar contra a dignidade moral de ninguém, entendemos que houve uma apresentação espontânea”, reafirmou o advogado.
Sobre o fato de que Samaritano estava no escritório, quando foi flagrado pela polícia, o advogado diz que o escritório é o espaço onde o cliente pode conversar com o profissional que o defenderá em juízo. “Onde está o comportamento de fuga? Onde está a ilegalidade? O local onde o cliente pode conversar com o advogado é o escritório, é para isso que ele existe”, argumenta mais uma vez. Na visão dele, se a autoridade policial entendeu que o comportamento de Samaritano foi inadequado, a polícia deveria buscar o Judiciário ao invés de propor um acordo de apresentação espontânea e depois prendê-lo. “A advocacia não pode ser criminalizada”, reclama, acrescentando que a polícia, ao agir assim, está criticando a postura do advogado. (Chagas Filho)