Melhorar o diagnóstico precoce do câncer de mama, o tempo de tratamento para as pacientes e colocar à disposição melhores condições de tratamento no serviço público. São alguns dos desafios apontados pelo médico Sérgio Simon, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), durante o Simpósio Amazônico de Câncer de Mama, realizado na capital paraense no período de 8 a 10 de novembro.
O evento reuniu profissionais da área da saúde para uma série de palestras e discussões sobre o combate da doença. Segundo o especialista, os governos têm falhado em vários aspectos, sendo um deles o diagnóstico precoce desse tipo de tumor. “Todos os países que adotaram o sistema de rastreamento de mamografia na população registram quedas importantes de mortalidade por câncer de mama”, explica. “E, para que isso aconteça, pelo menos 70% da população deve estar sendo rastreada por mamografia”.
PARÁ
Leia mais:No Estado do Pará, o câncer de mama é o terceiro tipo de câncer que mais afeta as mulheres. Mas o presidente da SBOC afirma que a realidade é diferente, pois apesar dos dados de 2017 do Instituto Nacional do Câncer (INCA) apontar baixa incidência de casos, a realidade não é computada, pois o diagnóstico é precário. “Para se ter ideia, no interior do Pará são 17 casos para a cada 100 mil mulheres, já na capital pula para 44. Por isso, acreditamos que a incidência de câncer de mama sequer é conhecida”, reforça.
Além de palestras, o Simpósio deu oportunidade de pacientes que lutam contra o câncer dividir as experiências com o público. Maria das Graças Brasil, de 66 anos, foi uma delas. Ela foi diagnosticada com câncer de mama há 16 anos, teve metástase nos dois pulmões, no fígado e nos ossos e, teve leucemia. “Se tenho tantas chances de tratamento, vou fazer para viver e viver bem”, garante a paraense, mãe de 2 filhas, avó de 7 netos, e que continua fazendo quimioterapia da mama e acompanhamento da leucemia.
(Diário do Pará)