O número de casos de sífilis ao redor do mundo vem pedindo a atenção quanto à importância do diagnóstico precoce e do tratamento adequado dessa infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum e que pode levar a complicações, afetando órgãos como o coração, cérebro e ossos.
Transmitida por contato sexual desprotegido com uma pessoa infectada ou da mãe para o feto durante a gravidez, a infecção tem várias fases, cada uma com diferentes sintomas. Elas incluem a sífilis primária, secundária, latente e terciária. Apenas na Policlínica Metropolitana, em Belém, são realizados cerca de 700 atendimentos ginecológicos por mês, e há registros de pacientes acometidos pela doença, segundo a ginecologista Luiza Duarte Mufarrej.
Prevenção – A especialista da unidade explica que é fundamental conversar sobre a patologia, disponibilizando informações necessárias à população e explicando as formas de prevenção. No caso do ato sexual, é possível evitar a contaminação com o uso de preservativos, tanto masculinos como femininos. Mas, se a pessoa for acometida pela sífilis, é preciso fazer um tratamento com uso de antibiótico específico.
Leia mais:Da mesma forma, a criança que nascer infectada precisará passar pelo tratamento. “Na mulher é mais visível tanto nos exames como nas próprias lesões na parte genital, como feridas, mas os homens também podem apresentar lesões na região peniana. É necessário prevenir fazendo utilização do método de barreira”, afirma.
No caso da transmissão materna se, durante a gravidez, a mãe estiver contaminada e não for tratada, é preciso fazer um acompanhamento durante a gestação, porque, sem o tratamento, a criança é contaminada devido à transmissão placentária, segundo a ginecologista. “Depois que a criança nasce, você repete os exames, a pediatra faz o exame no sangue da criança para saber se houve alguma contaminação e se precisa do tratamento com antibiótico. Daí a importância do pré-natal. Fazendo o diagnóstico, ela pode ser curada e evitar consequências”, detalha.
Tratamentos – Além de tratamento para a sífilis, a Policlínica Metropolitana também oferece atendimentos para outros casos de ISTs, como herpes e clamídia, patologias que, segundo Luiza Duarte, têm crescido em número de diagnósticos.
O diretor executivo da Policlínica Metropolitana, Anderson Albuquerque, detalha o fluxo para esses casos na unidade: o paciente vai no posto de saúde e, se tiver algum exame alterado, o médico clínico encaminha para a Policlínica e, assim consegue passar por uma avaliação especializada.
“A gente verifica a patologia, passa um tratamento e depois a paciente recebe a alta, estando com exames normais. Além da consulta, a Policlínica tem exames, como a ultrassonografia transvaginal, de mama, sorológicos e colposcopia, que vão ser importante no caso dessas doenças de trato genital feminino”, destaca o gestor. A Policlínica Metropolitana é administrada pelo Instituto de Saúde e Social da Amazônia (ISSAA), em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sespa).
Veja alguns sintomas da sífilis:
● Sífilis primária: O primeiro sinal é, geralmente, uma ferida indolor chamada cancro, que aparece no local de infecção (geralmente os genitais, ânus ou boca).
● Sífilis secundária: Após a fase primária, podem surgir sintomas como erupções cutâneas, febre, dor de garganta e fadiga. Esses sintomas podem ser confundidos com outras doenças.
● Sífilis latente: Nesta fase, a bactéria permanece no corpo, mas não causa sintomas óbvios. Ela pode persistir por anos, antes de progredir para a fase terciária.
● Sífilis terciária: É a fase mais grave, em que a doença afeta órgãos internos, podendo causar danos irreparáveis a saúde.
(Agência Pará)