Há seis anos, a historiadora Francisca Elisangela Alves recebeu uma das notícias mais difíceis da vida: o diagnóstico de câncer de mama. Ela relembra com clareza o impacto desse momento. “Receber o diagnóstico de câncer não é nada fácil. Para mim foi como se eu estivesse recebendo uma sentença de morte”, disse.
Ao Correio de Carajás ela revelou que o peso da doença se agravava com o histórico familiar. Após muitos casos na família, ela garante que foi difícil até realizar o tratamento. “Eu pensava: pra que fazer o tratamento? Eu achava que seria a próxima”, complementou.
APOIO DE QUEM VENCEU
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Elisangela revelou que o cenário começou a mudar quando ela conheceu o Grupo Esperança — formado por mulheres em tratamento e em remissão, que atualmente realizam um trabalho social com diversas pessoas que lutam contra a doença. Para ela, o grupo foi um incentivo à luta. “Eu pensei: se elas foram curadas, eu também posso ser cura. Elas me motivaram a buscar o tratamento”.
Desde então a rotina de Elisangela mudou por completo. Hoje, ela segue em remissão e realiza acompanhamento médico semestral. Mais do que vencer a doença, ela fala sobre transformação. Para ela, a vida mudou completamente e as coisas simples começam a ter um valor maior. “Recentemente, recebi meu diploma de mestre em História. Olho pra ele e penso: como é que pode? Pra mim, o fim era ali”.
NOVA VIDA
E a jornada não parou. Atualmente, ela está no sétimo período de Psicologia. Orgulhosa, ela conta que breve será psicóloga e mais que isso, estar hoje aqui contando essa história.
No Dia Mundial de Luta contra o Câncer, ela reforça três pontos que considera urgentes: prevenção, acolhimento e políticas públicas. “A prevenção começa com atividade física e alimentação saudável. Diagnóstico precoce aumenta as chances de cura. Mas também tem a questão das políticas públicas. Tem gente que morre esperando exame no SUS. Isso precisa mudar”, avalia.
Sobre o que essa data representa, ela resume na resposta: “Para mim, é um dia de luta. Luta por informação, por tratamento, por direitos”. (Milla Andrade)