Raimundo Nonato Miranda Viana, conhecido popularmente como Ray, e Renê Rodrigues estiveram na redação do CORREIO para apresentar um balanço da situação vivida pelos pescadores da Colônia Z-30 de Marabá. Pescador artesanal há 25 anos, Ray revelou à reportagem que, hoje, a Z-30 passa por grandes dificuldades, principalmente financeiras. O relato ocorreu na sexta-feira passada, 29 de junho, data que marca o Dia do Pescador.
“A colônia está em uma situação péssima [não temos muito o que comemorar]. Nós devemos R$290 mil de energia, a atividade está praticamente parada, porque não tem dinheiro para comprar gelo e nem os pescadores tem pagado as mensalidades”, declarou. Segundo ele os a categoria tem se recusado a pagar porque a diretoria não tem correspondido às expectativas.
“Eu posso arriscar em te dizer que não tem 15% da população pesqueira que esteja apta a votar na eleição para a presidência da Colônia, que acontece este ano. É uma tristeza, porque só vai votar quem estiver em dias com a mensalidade”.
Leia mais:Embora a situação esteja complicada, Raimundo aconselha que os pescadores regularizem a situação. “Eu acho que é importante o pescador quitar as dívidas, mesmo com a diretoria do jeito que está. Porque, em partes, nós temos culpa, esperamos demais da diretoria e nada aconteceu”. Além da luta financeira enfrentada pelos pescadores, há também outro caso que vêm incomodando a todos: o projeto de preservação de quelônios.
“Eles chegaram tomando 80% da praia, então, nós fomos juntamente com um grupo de pescadores até o prefeito para que ele tome uma decisão em relação ao projeto. A gente quer que o projeto saia da Praia do Tucunaré e seja colocado na Praia do Meio”, afirmou. A reunião com Tião Miranda, na qual os pescadores foram comunicados sobre o projeto, aconteceu no último dia 19 do mês passado e foi noticiada na edição 3.297 do Jornal CORREIO.
Dia do Pescador
O dia 29 de junho foi escolhido como a data comemorativa da categoria porque também se comemora o Dia de São Pedro – apóstolo que foi pescador e é o padroeiro dos pescadores. Em Marabá, a comemoração passou em branco, como bem lembrou Ray. “A gente não tem nada, não tem uma festa. Hoje mesmo, dia 29, Dia do Pescador. Deveria ter alguma comemoração”. Segundo ele, há 40 anos não se faz um evento referente à data. (Nathália Viegas)