Correio de Carajás

DIA DO LIVRO: Pandemia trouxe novos desafios para incentivo à leitura em Marabá

No Dia Nacional do Livro, que transcorre nesta sexta-feira, dia 29, a equipe de reportagem do Grupo Correio de Carajás foi atrás de pessoas que trabalham e incentivam todos os dias os jovens a lerem mais. Claro, esta é uma tarefa muito árdua, pois os livros acabam disputando a atenção com as redes sociais, serviços de streamings, entre outras distrações que acabam prendendo toda atenção.

No entanto, quem se dispõe a entrar nesse universo mágico que é leitura de livros acaba não saindo mais e o papel de inserir nesse mundo começa em casa, depois na escola ou a própria pessoa decide começar a ler uma historinha em quadrinhos ou um livro infanto-juvenil do estilo Harry Potter, podendo evoluir para os grandes clássicos literários ou ficando mesmo nesse tipo leitura. Mas o importante é estar sempre lendo.

E o Pará é um dos estados com mais bibliotecas ativas e a Fundação Cultural Pará desenvolve um projeto para incentivar a leitura dando apoio e acompanhando o funcionamento desses prédios destinados a essa finalidade.

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Evilângela da Silva Lima, coordenadora da Biblioteca Orlando Lobo, localizada em frente à Praça São Félix, no Núcleo Velha Marabá, sugere alguns meios de estimular a leitura entre jovens marabaenses.

Evilângela acredita que o incentivo à leitura vai contribuir com o surgimento de novos autores regionais

Ela observa a necessidade de ativar a prática da leitura conectada com os escritores regionais, para que haja uma sinergia entre escritor e leitor. “Quando a gente incentiva a leitura e a aquisição de livros, estamos estimulando os autores de Marabá a produzirem mais ainda. O grande público e comunidade de forma geral do município necessitam mergulhar na literatura produzida em nossa cidade e região”, sugere”.

Ela avalia as produções dos escritores locais carecem de ser espalhadas pelo município para que as pessoas se interessem em saber mais sobre as obras escritas: “Nós, da Biblioteca Orlando Lobo, procuramos fazer com que os estudantes de escolas públicas conheçam esses escritores, leiam e interajam com eles para que comecem a apreciar suas obras, geralmente ambientais em temas regionais”.

A coordenadora relembra que antes da pandemia do novo coronavírus, a Biblioteca Orlando Lobo era visitada semanalmente por alunos de pelo menos três a quatro escolas diferentes do município: “Nós acabávamos sendo uma extensão das salas de aulas e os professores ajudavam nessa missão de despertar o interesse deles pela leitura”.

Porém, com a pandemia, houve uma drástica diminuição na assiduidade dos estudantes. Todavia, com as aulas presenciais, a coordenação da Biblioteca começou a instigar as escolas do município a visitar o espaço novamente. “Aqui, realizamos a hora do conto para apresentar histórias e realizar dinâmicas com livros”.

MARABÁ LEITORA

Evilângela explica que o Projeto Marabá Leitora, da Secretaria Municipal de Educação (Semed), tem ajudado a pulverizar pela cidade a importância do livro e da leitura. “Por meio das salas de leitura, os professores conseguem colocar livros nas mãos de seus alunos, que passam a conhecer os autores dos mais diferenciados estilos”.

Na avaliação da professora Nilva Burjack, da Escola Municipal José Mendonça Vergolino, localizada no Núcleo Velha Marabá, o incentivo à leitura para os jovens não é uma tarefa fácil, pois conta com determinados fatores que ajudam bastante à formação de novos leitores: “As crianças que já estão inseridas no ambiente de leitura, como biblioteca, na própria família ou na escola, já chegam à escola com gosto pelos livros”.

Professora Nilva Bujack vê cenário delicado e de desafios para os professores na volta às aulas presenciais

Por outro lado, as crianças que não têm incentivo em casa, acabam tendo muitas dificuldades no âmbito escolar. Para a educadora, é necessário que os pais cumpram uma agenda de levar os filhos a locais como feira do livro, bibliotecas e outros espaços motivadores, inclusive para contação de histórias.

A professora ressalta que as novas tecnologias podem contribuir para afastar as crianças do interesse pelos livros, algo que se agravou com a pandemia. “O fato de elas ficarem em casa e não saírem tem contribuído bastante”.

E as aulas presenciais voltam com novos e velhos desafios para esses alunos: “Os professores sofrem para inserir esses alunos na leitura, na escrita. Aí a gente faz o quê? Precisamos nos reinventar. (Henrique Garcia)