Os profissionais da Educação em greve desde a semana passada decidiram ocupar o centro administrativo da Prefeitura de Jacundá na manhã desta quarta-feira, 20. Eles protestam contra mudanças implantadas pela atual gestão. No dia anterior, a Justiça indeferiu pedido de manutenção de liminar em favor da PMJ, portanto mantendo a greve. O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará (Sintepp), subsede de Jacundá, garantiu que o movimento continua. Quase 10 mil estudantes estão sem aulas.
No início da tarde de terça-feira, 19, o desembargador Roberto Gonçalves de Moura, do TJE, indeferiu manutenção de liminar que considerava a greve abusiva. Essa liminar era favorável à PMJ e foi expedida no final do ano passado em decorrência de uma paralisação dos educadores. Na semana passada a procuradora de Justiça Mariza Machado Lima, opinou pela manutenção da greve.
A ocupação ao prédio administrativo da PMJ ocorreu por volta de 10 horas de ontem. Naquela hora, estavam presentes no local o prefeito Ismael Barbosa, secretários e demais servidores, que se mantiveram isolados nas salas, para não dar de frente com os grevistas. O barulho de apitos e batidas de panela ensurdecia o ambiente, e algumas salas foram fechadas. Uma equipe da Polícia Militar e também o delegado Sérgio Máximo foram ao local conversar com os manifestantes, que não aceitaram sair do prédio e nem foram recebidos pelo gestor.
Leia mais:O coordenador do Sintepp em Jacundá, Tony Gomes, explicou que a decisão drástica é para tentar um acordo com a atual gestão. “Estamos defendendo os nossos direitos, é inadmissível vermos nossa carga horária de trabalhos ser reduzida pela metade enquanto desmandos acontecem na Secretaria de Educação”. Ele se refere a carga de 200 horas mensais que foram reduzidas a 100 horas.
Na pauta de reivindicações do Sintepp à Semed está o Processo Seletivo Simplificado. Vanildo Pereira, também da coordenação sindical, faz uma observação sobre o PSS, que segundo ele, a
A Semed disponibilizou 70 vagas para professor da educação infantil “e só conseguiu preencher 54 vagas, ou seja, 77,14%. Pelo quadro de vagas do PSS, a mesma disponibilizou 160 para professores das séries iniciais, ou seja, para professor do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, e só conseguiu preencher 13 vagas, 8% das vagas”.
Vanildo também questiona o número de matrículas no município, que vem sofrendo redução ano a ano. “De 2017 para 2018 o Sistema Municipal de Ensino de Jacundá perdeu 410 matriculas. Essa é situação do Censo Escolar de Jacundá, até 2017 a matrícula da Creche e dos anos finais do ensino fundamental apresentaram resultado positivo, em 2018 somente a EJA apresentou resultado positivo, os demais seguimentos apresentam resultado negativo. Esse é o novo olhar pela Educação”.
Em relação a paralisação que afeta as aulas para 9.584 estudantes, Vanildo explica que algumas salas de aulas estão funcionando com servidores contratados, no entanto, “é um número bem reduzido o que afeta a qualidade do ensino”.
Sobre a ocupação ao prédio da PMJ, o coordenador Tony Gomes não informou se prosseguirá no decorrer da semana. “Afirmo que a greve continua, somente isso”. A secretária de Educação Leila Barbosa, esposa do prefeito Ismael Barbosa, ainda não se manifestou sobre a ocupação e a decisão do TJE.
A secretária de Educação esteve reunida com os manifestantes no dia 19 e alega que estava aberta a negociações, porém nada avançou na pauta. (Antonio Barroso – freelancer)
Entenda
A Semed disponibilizou 70 vagas para professor da educação infantil “e só conseguiu preencher 54 vagas, ou seja, 77,14%. Pelo quadro de vagas do PSS, a mesma disponibilizou 160 para professores das séries iniciais, ou seja, para professor do 1º ao 5º ano do ensino fundamental, e só conseguiu preencher 13 vagas, 8% das vagas”.