No 44º Círio de Nazaré, em Marabá, os testemunhos de fé e devoção são significativos entre a multidão que acompanha a procissão. Pessoas de todos os tipos e suas motivações são o que fazem o grande evento religioso.
Laurina de Souza Silva, pedagoga, participa descalça na linha de frente, carregando uma foto de sua tia Wilma de Souza, de 53 anos, com a mensagem “Obrigada pela graça alcançada”. A mulher revela que a participação no evento é uma forma de agradecer pela recuperação da saúde de sua tia, que passou por um período crítico no hospital. “Ela ficou 20 dias entubada. Quando isso acontece, parece uma sentença de morte. Mas hoje ela está de pé, firme e forte, e eu estou aqui para agradecer”, compartilha.
Outro exemplo de devoção é Daiane Guimarães, que há 15 anos atua como guarda da Santa. Embora não resida mais em Marabá, Daiane retorna todo ano para participar do Círio. “Comecei por uma promessa, e depois não consegui mais parar. Mesmo morando fora, faço questão de estar aqui. É algo que não dá para explicar, só sentir”, relata, emocionada.
Leia mais:Ela destaca a emoção da chegada da Berlina ao Santuário na Folha 16 como um dos momentos mais marcantes da procissão, acompanhada por um sentimento de missão cumprida e saudade.
Para a pequena Maria Eloisa, de 11 anos, o Círio representa alegria, fé e libertação. Ela participa acompanhada de seu pai, Michael Edson Mota da Silva, de 40 anos, que compartilha a tradição familiar com a filha. “Minha mãe sempre me trazia desde criança, e agora eu trago minha filha. É uma experiência de fé e gratidão”, explica Michael.
Josiane Bárbara, de 30 anos, é outra devota que atribui à fé as conquistas recentes. “Eu pedi muito que, no Círio deste ano, eu já estivesse com a minha casa pronta. Ela ainda não está totalmente concluída, mas já está levantada e coberta. Foi uma bênção muito grande de Deus e de Nossa Senhora”, conta Josiane, muito emocionada. Vivendo de aluguel por muitos anos, ela reconhece o milagre por ter conseguido erguer sua casa em tão pouco tempo e participa do Círio em agradecimento, acompanhada de sua família.
Entre os vendedores que participam da festa, Jandira do Nascimento Monteiro, de 54 anos, destaca o crescimento do Círio ao longo dos 20 anos que frequenta o evento. Vinda de Belém, ela ressalta que as vendas melhoram a cada ano. “Vale muito a pena vir para cá. A relação com Maria é algo muito pessoal, um amor inexplicável que carrego comigo”, conta Jandira, enquanto se prepara para seguir a procissão até o Santuário. (Ana Mangas, Luciana Araújo e Thays Araujo)