Correio de Carajás

Detentos usam grafite como ferramenta de reinserção social

Um grupo de 16 detentos do regime semiaberto da Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel (CPASI) realizaram, na sexta feira (22), serviços de capina, limpeza externa, pintura e grafitagem, na Escola Cordeiro de Farias, em Belém. O grafite faz parte dos projetos de ressocialização do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe), por meio do projeto Conquistando a Liberdade.

Com as ações, os internos trabalham voluntariamente na manutenção predial de escolas públicas, na Região Metropolitana de Belém e nos interiores. “A escola é um espaço emblemático e nosso papel é mostrar para a sociedade que eles só precisam de uma oportunidade para mudar de vida. E trazer eles para cuidar de uma escola, ter contato com esse ambiente, é de extrema importância para a ressocialização dessas pessoas”, relata o diretor de reinserção social, Edwilson Nascimento.

Fábio Roberto é o artista responsável pelo grande painel grafitado na Escola Cordeiro de Farias. “Esse projeto ajuda a gente a cumprir a pena de forma digna. Eu já gostava de pintura e grafitagem na minha adolescência e agora, como interno, eu posso mostrar minha arte, diminuir a minha pena e transformar essa minha habilidade em profissão, para quando eu sair do presídio poder trabalhar com grafite e ajudar a minha família”, concluiu.

Leia mais:

Conquistando a Liberdade – O projeto é promovido pela Susipe, em parceria com o Tribunal de Justiça do Estado (TJE), Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e Polícia Militar (PM). Inicialmente, era desenvolvido somente nas escolas da rede pública estadual de ensino, onde os detentos realizavam serviços de limpeza, poda de árvores, reparos nas redes elétricas e hidráulicas, e consertos de cadeiras e mesas. Atualmente, as ações também são realizadas nas próprias unidades penitenciárias do Pará.

O “Conquistando a Liberdade” atua na prevenção da violência, ajudando o detento a voltar ao convívio com à sociedade, além de reduzir a pena por meio do trabalho – a cada três participações no projeto, o interno consegue remir um dia da pena, direito garantido pela Lei de Execuções Penais.

A iniciativa é reconhecida pelo Conselho Nacional de Justiça como modelo de reinserção social para presos no país. O projeto já chegou a 18 municípios paraenses, e são eles: Belém, Ananindeua, Marituba, Benevides, Santa Izabel, Castanhal, Parauapebas, Marabá, Santarém, Altamira, Paragominas, Tomé-Açú, Tucuruí, Bragança, Abaetetuba, Cametá, Breves e Mocajuba.  (Agência Pará)