Liberado por alguns dias da prisão devido à saída temporária do Dia dos Pais – a famosa “saidinha” –, Divino Amâncio da Conceição, 43 anos, foi morto no Bairro Jardim União, Núcleo Cidade Nova, em Marabá. O neto da vítima, de apenas um ano e meio de idade, estava presente na cena do crime quando uma dupla em uma motocicleta Honda Bros preta se aproximou e efetuou disparos.
Divino estava sentado em uma cadeira na frente da residência da namorada, Núbia Barbosa Teixeira, na noite de terça-feira (16), quando recebeu os tiros e morreu no local. Ele usava uma camisa vermelha, bermuda jeans e chinelos, além da tornozeleira eletrônica que monitorava a saída. A vítima, que cumpria pena por homicídio ocorrido em 2014, estava em regime semiaberto e havia saído do presídio no último sábado, dia 13, devendo retornar no próximo dia 20.
A filha de Divino, uma adolescente, estava na residência no momento e conta que a madrasta estava entrando na casa, enquanto ela saía. O filho da jovem, de um ano e meio, estava sentado na porta do imóvel e ficou muito assustado no momento dos disparos. A reação da mãe foi de tentar chegar a criança, que felizmente não foi atingida. Os algozes, por sua vez, fugiram pelo mesmo caminho por onde chegaram.
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A Reportagem do CORREIO chegou ao local pouco tempo depois do acontecido e conversou com o cabo Seixas, da Polícia Militar (PM), responsável por resguardar o corpo até a chegada da Polícia Civil.
“Fomos acionados pelo NIOP (Núcleo Integrado de Operações) a respeito de disparo de arma de fogo no Bairro Jardim União, e que havia um corpo estirado no chão. Chegando no local foi constatado o óbito. As primeiras informações relatam uma dupla em uma moto Bros preta, sem mais informações”, detalha o PM.
De acordo com a Polícia Civil, o homem que estava na garupa do veículo desceu e disparou diversas vezes contra Divino, tendo atingido pelo menos seis tiros na região da cabeça, tórax, perna e braço. No local foram encontradas cápsulas de calibre 9mm.
MOTIVAÇÃO
Em conversa com a Reportagem, familiares da vítima detalharam as últimas horas de vida de Divino. De acordo com as informações repassadas, uma mulher – não identificada – estava devendo dinheiro para ele e o advogado dela era quem estava fazendo as negociações do débito.
A familiar conta que Divino recebeu uma ligação do advogado no período da tarde, pedindo que ele fosse até um posto de combustíveis. Em um primeiro momento o homem teria se negado a ir até o lugar, mas o advogado insistiu. A justificativa era de que não poderiam conversar pelo celular. Diante da recusa da vítima, o advogado falou que havia algo para ele no local. Divino questionou se era dinheiro e acabou indo até o posto, chamando um amigo para acompanhá-lo.
O assunto a ser tratado era sobre o dinheiro que a mulher devia para a vítima. Não se sabe a origem da dívida e nem a quantia, mas de acordo com a familiar era grande e a devedora não queria quitar o débito.
“Foi tudo planejado, ele chamou (a vítima) para entrar dentro do carro e conversaram só os dois lá dentro”. O homem não demorou muito e logo retornou para casa com o amigo. “Na hora que ele chegou estava estranho. Parece que ele já sabia que ia morrer”, afirma a familiar. Divino havia acabado de jantar quando o crime aconteceu. (Luciana Araújo)