Correio de Carajás

Desvio no acesso à ponte começa dia 3 de agosto e vai durar quase um ano

Obras da Vale alteram rotina de moradores do São Félix com desvio na ligação à ponte rodoferroviária

Na imagem, em vermelho, o trecho que será bloqueado e em verde o desvio /Imagem: Divulgação
Por: Da Redação

Moradores do núcleo São Félix, em Marabá, terão sua rotina de deslocamento alterada a partir do próximo dia 3 de agosto. A tradicional rota de acesso à ponte rodoferroviária que cruza o Rio Tocantins rumo à Nova Marabá ganhará um desvio temporário, obrigando pedestres, ciclistas, motociclistas e motoristas a utilizarem um novo trajeto pela lateral direita da via principal, em aterro recém consolidado.

A modificação no fluxo de trânsito faz parte das obras de construção de duas novas pontes, uma ferroviária e outra rodoviária, projeto bilionário da mineradora Vale. Durante quase dois anos, até junho de 2026, os usuários da via precisarão se adaptar ao novo percurso enquanto avançam os trabalhos de construção de uma passagem subterrânea que facilitará o acesso às futuras estruturas.

O desvio já conta com sinalização adequada e foi projetado para comportar o fluxo atual de veículos e pedestres sem comprometer significativamente os tempos de deslocamento. Do lado oposto, na Nova Marabá, o acesso à ponte rodoferroviária permanece inalterado, concentrando as mudanças apenas na margem do São Félix.

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Projeto

A Vale desenvolve a construção simultânea de duas novas pontes paralelas à estrutura rodoferroviária existente, cada uma medindo impressionantes 2,3 quilômetros de extensão sobre as águas do Rio Tocantins.

O projeto prevê a separação definitiva do tráfego rodoviário e ferroviário, com uma ponte dedicada exclusivamente ao transporte de veículos e outra destinada aos trens da Estrada de Ferro Carajás (EFC). Esta divisão estratégica visa eliminar os gargalos logísticos que há décadas afetam a região, onde o compartilhamento da mesma estrutura entre trens e veículos gera constantes interrupções no fluxo urbano.

A passagem inferior em construção no São Félix funcionará como um túnel de acesso que permitirá a conexão direta com a nova ponte rodoviária, eliminando conflitos de tráfego e proporcionando maior fluidez aos deslocamentos. Esta solução de engenharia representa um investimento significativo em infraestrutura urbana que beneficiará gerações futuras de marabaenses. O Correio de Carajás já havia explicado sobre isso em reportagem anterior.

Impactos regionais

Quando concluídas em 2027, as novas pontes prometem gerar impactos que extrapolam os limites municipais de Marabá. O complexo rodoferroviário ampliado significativamente o transporte de commodities como soja, milho e minério de ferro.

A população local, obviamente, espera que o advento de uma nova ponte rodoviária signifique melhoria de acesso e menos tempo desprendido no deslocamento entre as regiões da cidade.

Obras avançam

Iniciado em 2022, o projeto já apresenta resultados visíveis. Na margem do núcleo São Félix, dezessete módulos estruturais já foram posicionados sobre os pilares das duas pontes em construção, demonstrando o avanço significativo dos trabalhos mesmo em condições desafiadoras de construção sobre o rio.

Do lado da Nova Marabá, cinco segmentos da ponte rodoviária já foram instalados, evidenciando a simultaneidade dos trabalhos em ambas as margens do Rio Tocantins.

O empreendimento gera atualmente, segundo a mineradora, cerca de 2.500 empregos diretos, sendo a maioria ocupada por trabalhadores residentes em Marabá e região.

Reflexo

O período de adaptação ao desvio temporário no São Félix representa um teste importante para a capacidade de convivência da população com as obras de grande porte. A experiência acumulada durante estes quase dois anos de alteração no trânsito servirá como referência para futuras intervenções urbanas na região.