Correio de Carajás

Pará tem um caso confirmado e dois sob suspeita de sarampo

O Pará tem um caso confirmado de sarampo, dois em investigação e 11 suspeitos. A confirmação foi dada pela chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado de Saúde (Sespa) em exercício, Martha Nóbrega. A confirmação é do município de Terra Santa e os dois com sorologia positiva são de Juruti.

Martha Nóbrega informou que, até o momento, foram notificados 18 casos suspeitos de sarampo no Estado, dos quais quatro já foram descartados com exame de sorologia feito pelo Laboratório Central do Estado (Lacen) e um confirmado. Dos 13 casos em investigação, dois tiveram sorologia positiva e as amostras de sangue foram, então, encaminhadas para exame de isolamento viral no laboratório da Fiocruz.

O caso suspeito de Terra Santa é de um jovem de 18 anos, que mora em Manaus, mas tinha ido para a casa da sua mãe naquele município, restabelecer-se de uma cirurgia de apendicite, realizada na capital amazonense. Ele apresentou febre, exantema (manchas avermelhadas na pele), tosse coriza, conjuntivite e artralgia (dor nas articulações), sem história de viagem para outro município ou estado, e sem contato com caso suspeito ou confirmado da doença. Já os casos suspeitos de Juriti são de uma criança de nove meses e de seu pai de 20 anos de idade, que também apresentaram sintomas como febre, exantema, tosse, coriza, artralgia e presença de gânglios inflamados.

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A Sespa informou que irá iniciar, na próxima segunda-feira (23), inicia a Campanha de Seguimento da Poliomielite e do Sarampo em todos os municípios da região Oeste do Estado, ou seja, 15 dias antes da data oficial nacional que é 6 de agosto. O objetivo é vacinar contra a poliomielite e sarampo as crianças de um a quatro anos de idade, para reduzir o risco de reintrodução do poliovírus selvagem e do sarampo no Estado. Para essa campanha, será usada a vacina oral (gotinha) contra a polimielite e a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola.

UEPA
Dezenas de pessoas têm procurado os postos de saúde para receber a vacinação, não apenas contra o sarampo, mas também contra outras doenças. Na unidade do Centro Saúde Escola (CSE) da Universidade do Estado do Pará (Uepa), localizado no bairro do Marco, a vacina tríplice viral não estava disponível na manhã da última quinta-feira (19).

Acompanhada da filha Clarice, de um ano e dois meses, Cristina Pereira, 39 anos, foi surpreendida pela falta da vacina na unidade, já que vários anúncios vêm sendo realizados para incentivar a população a se vacinar contra o sarampo. Independente disso, Cristina conta que foi ao posto para vacinar a filha contra a gripe, porém, também saiu sem conseguir o atendimento. “As senhas para vacina vão até 10h30. Agora só vão distribuir senha novamente às 13h30”, reclamava, ainda por volta de 11h. “Sobre a tríplice eles disseram que está em falta”.

Em nota, a Uepa informou que “Centro de Saúde Escola (CSE) do Marco disponibiliza de segunda a sexta uma média de 100 senhas para vacinação, sendo distribuídas 50 no turno da manhã (a partir das 8h) e 50 no turno da tarde (a partir das 13h30)”. Sobre o estoque da tríplice viral, a instituição informou que “por conta da crescente demanda, esgotou-se ontem (18 de julho) o estoque”, mas que “já foi realizado um pedido extra dessa vacina para a Secretaria de Saúde Pública do Pará (Sespa) e o CSE aguarda a reposição”.

Especialista alerta para os riscos da doença 

Uma pessoa não imunizada contra o vírus do sarampo e que venha a contrair a doença pode infectar até 10 a 20 outras pessoas que também não tenham sido vacinadas. Por isso, a proteção de cada indivíduo é fundamental para que a doença não se dissemine. De acordo com os dados mais recentes disponibilizados pelo Ministério da Saúde (MS), a cobertura vacinal da primeira dose da vacina (tríplice viral) contra o sarampo foi de 68,45% no Estado do Pará no ano de 2017, sendo que a meta é de 95%.

O médico infectologista Newton Bellesi destaca que todos devem ter registrado, na carteira de vacinação, duas doses da vacina contra o sarampo. Caso o indivíduo não tenha sido vacinado ou não tenha mais o cartão e não saiba se já foi vacinado a recomendação é que procure os postos de saúde para receber a imunização. “A norma é que todas as pessoas com até 29 anos de idade devem receber duas doses de vacina. Já as pessoas com idade entre 30 até 50 anos devem receber uma dose de vacina”, orienta.

O médico aponta que o vírus é inativado no organismo em cerca de duas semanas, portanto, pode ser interessante que pessoas que precisem viajar para áreas de surto da doença esperem passar esse período. “Se for viajar para uma área assim , convém esperar passar esse período de duas semanas após a vacinação para não se expor ao vírus do sarampo”.

De acordo com o último boletim do Ministério da Saúde, atualizado em 17 de julho, Roraima já tem 216 casos confirmados e dois óbitos em decorrência da doença. Já o Amazonas tem 444 casos confirmados.

O infectologista ressalta que o sarampo é uma doença perigosa. “De cada 1.000 pessoas que têm sarampo, duas podem morrer e duas podem apresentar incapacidades como cegueira, surdez, deficiência mental, paralisias”, reitera.

serviço
ESQUEMA VACINAL

Crianças de 12 meses a menores de 5 anos de idade: uma dose aos 12 meses (tríplice viral) e outra aos 15 meses de idade (tetra viral).
Crianças de 5 anos a 9 anos de idade que perderam a oportunidade de serem vacinadas anteriormente: duas doses da vacina tríplice com intervalo de 30 dias
entre as doses.
Pessoas de 10 a 29 anos – duas doses da vacina tríplice;  Pessoas de 30 a 49 anos – uma dose da vacina tríplice viral;

  Quem comprovar a vacinação contra o sarampo conforme preconizado para sua faixa etária, não precisa receber a vacina novamente.

 Não devem receber a vacina:

Casos suspeitos de sarampo;
Gestantes – devem esperar para serem vacinadas após o parto;
Menores de 6 meses de idade;
Imunocomprometidos.

SINTOMAS DA DOENÇA
Febre alta, acima de 38,5°C; Dor de cabeça; Manchas vermelhas, que surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas, e, em seguida, se espalham pelo corpo;Tosse; Coriza; Conjuntivite; Manchas brancas que aparecem na mucosa bucal conhecida como sinal de koplik, que antecede de 1 a 2 dias antes do aparecimento das manchas vermelhas.
Fonte: Ministério da Saúde.

(Fonte: DOL)