O Estado do Pará é o quarto brasileiro com as maiores taxas referentes a homicídios registrados entre 2006 e 2016. Os dados são do Atlas da Violência 2018, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e divulgado ontem, terça-feira (6).
Conforme o levantamento, em 2016 o Brasil alcançou a marca histórica de 62.517 homicídios, de acordo com informações fornecidas pelo do Ministério da Saúde (MS). Isso equivale a uma taxa de 30,3 mortes para cada 100 mil habitantes, o que corresponde a 30 vezes a taxa da Europa, por exemplo.
Entre 2006 e 2016, destaca o anuário, 553 mil pessoas perderam as vidas devido à violência intencional no Brasil. A situação é mais grave nos estados do Nordeste e Norte do país, onde estão os sete estados com as maiores taxas de homicídios por 100 mil habitantes: Sergipe (64,7), Alagoas (54,2), Rio Grande do Norte (53,4), Pará (50,8), Amapá (48,7), Pernambuco (47,3) e Bahia (46,9).
Leia mais:Todos os estados que apresentaram crescimento superior a 80% nas taxas de homicídios pertencem às regiões Norte e Nordeste. Ao todo, 11 unidades federativas apresentaram crescimento gradativo da violência letal nos 10 anos analisados e, com exceção do Rio Grande do Sul, todos se localizam nas regiões Norte e Nordeste.
No Pará, a variação na taxa de homicídios entre 2006 e 2016 foi de 74,4%. Entre 2015 e 2016 foi de 13,1% e de 2011 a 2016 a variação de 27,2%. Em 2006 foram registradas 2.073 mortes desta natureza, enquanto 10 anos depois, em 2016, foram 4.223 mortes, um aumento de 103,7%. Em comparação ao ano anterior, 2015, quando foram registrados 3.675 homicídios, houve aumento de 14,9%.
No entanto, é interessante notar que dentre as unidades que apresentaram variação de até 48% da taxa de homicídios entre 2006 e 2016, há representantes de todas as regiões brasileiras. Para realização do cálculo da taxa de homicídios é dividido o número total de casos ocorridos no ano pela população registrada no mesmo ano, multiplicado por 100 mil habitantes.
Procurada pelo Correio de Carajás, a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup) encaminhou nota à Redação, informando que ações estão sendo feitas para reforçar a segurança na capital e em todo o Estado a fim de reduzir os índices de criminalidade.
“Dois mil novos policiais militares estão na etapa final de conclusão de formação e já estão nas ruas cumprindo o estágio supervisionado. Por meio de concurso público, todos os municípios do estado possuem atualmente delegados de polícia. Além dos delegados, aproximadamente 500 policiais civis, nas condições de investigador, papiloscopista e escrivão passaram a integrar o sistema de segurança do estado”, diz a nota.
Acrescenta, ainda, que na área prisional, através de concurso público 969 vagas foram oferecidas para preenchimento de vagas para nível médio e superior e 500 vagas para o cargo de agente prisional. “Ocorre também a Reversão de 400 policiais militares da reserva para serviços administrativos, liberando efetivo para a atividade operacional. Está ocorrendo ainda a renovação da frota do sistema integrado de segurança pública totalizando mais de 1.700 veículos, entre quatro rodas e motocicletas, incluindo para guardas municipais dos interiores. Entre os investimentos físicos, destaca-se a construção de 70 novas delegacias no modelo UIPP (Unidades Integradas Pro Paz)”. (Luciana Marschall)