Correio de Carajás

Bebê de 13 dias está em estado grave após ser jogado em ação policial

Uma ação policial registrada na manhã de ontem, quarta-feira (19), em Curionópolis, no sudeste do Pará, terminou com o traumatismo craniano de um bebê de apenas 13 dias de vida. A mãe da criança, uma adolescente de 15 anos, acusa os policiais militares que participaram da ação de terem jogado no chão a criança, que estava em cima da cama, provocando o trauma.

O bebê está internado no Hospital Regional de Marabá em estado grave. A mãe da menina está em estado de choque, chorando e pedindo justiça. Ela conta que estava dormindo com a filha na cama quando, por volta de 10h30, os policiais chegaram sem qualquer mandado judicial.

Na sala, estavam a irmã e o cunhado dela da adolescente.  Ela detalha os momentos de pânico ao acordar já com os policiais entrando no quarto. “Eu acordei com a voz da minha irmã pedindo para que eles não agissem com agressividade porque eu estava de resguardo e, quando me espantei, um deles já estava com a arma apontada para a minha cabeça e mandando eu sair. Eu pedi para pegar minha filha, mas eles não deixaram. Eu fui para o quintal. Minha irmã também pediu para pegar o bebê do quarto, mas eles novamente não deixaram e ainda ficaram xingando a gente”, relata adolescente, às lágrimas.

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Segundo ela, pouco depois os policiais chamaram sua irmã para pegar a criança, que estava coberta com o colchão. “Quando ela pegou minha filha viu que a cabeça estava inchada e sangrando pelo ouvido. Eles foram embora, sem achar qualquer coisa em casa e nem prestaram socorro. Minha irmã que saiu desesperada correndo pela rua com a criança no colo até o hospital”, detalha.

Ela reafirma que os policiais não mostraram qualquer ordem de prisão ou mandado de busca e apreensão para justificar entrar na casa, de forma violenta, e acabar provocando o traumatismo craniano no bebê. “Eu até agora não sei o motivo deles terem feito isso”, diz a adolescente, que que justiça.

“Me dói muito saber que minha filha, com apenas 13 dias de vida, foi vítima de uma violência sem tamanho e está em estado greve. Eu quero justiça pela minha filha, que não mereceu um ato violento desses”, desabava.

Vídeos feitos pela família mostram a criança sangrando pelo ouvido e sendo levada para o hospital. Segundo testemunhas, foram oito policiais que invadiram a casa e, na revista ao imóvel, o bebê foi jogado para debaixo da cama, sendo coberta pelo colchão.

POSICIONAMENTO

Sobre o caso, o comandante do 23º Batalhão da Polícia Militar em Parauapebas, major Wilson, informou que estava aguardando os policiais serem ouvidos pela Polícia Civil, o que aconteceu ainda ontem, para poder tomar as medidas adequadas. Ele justificou que os policiais foram até a casa procurar suspeitos de praticarem assaltos e que não perceberam que no local havia uma criança.

A mãe da recém-nascida também já foi ouvida e registrou um boletim de ocorrência. Agora, ela aguarda notícias sobre o estado de saúde da filha, que segue internada. (Tina Santos – com informações de Adriano Baracho)