Morreu nesta segunda-feira (20), aos 63 anos, um dos mais conhecidos, queridos e respeitados profissionais de imprensa do Pará: o fotojornalista Ary Souza, em Belém. Sua carreira foi construída no Jornal O Liberal (desde 1986), onde militou por toda a vida profissional. Sua iniciação na fotografia foi bem prematura, já aos 13 anos.
Em 1996 documentou, ao longo de 43 dias, os acontecimentos posteriores ao que ficou conhecido como Massacre de Eldorado do Carajás, na Fazenda Macaxeira e outras áreas ocupadas. Em 1995, participou da Bienal de Fotojornalismo, em São Paulo. Foi homenageado no Salão Arte Pará, em 1997, juntamente com Leila Jinkings, Paula Sampaio, Genaro Joner, Paulino Menezes e João Riper. Em 2002, iniciou o projeto de documentação intitulado “Ribeirinhos”, patrocinado pela Fundação Romulo Maiorana, mostrando a realidade dos habitantes do litoral paraense. Estava acalentando o sonho de lançar um livro este ano.
Expôs seus trabalhos na Galeria Theodoro Braga, na Bienal de São Paulo (SP), na Galeria Ângelus, na Galeria de Arte Liberal, no Salão Arte Pará da Fundação Romulo Maiorana, ganhou o Prêmio Aquisição Salão Arte Pará e o 1º Prêmio no concurso internacional promovido pela União Católica Internacional (UCIP), em Genebra (Suíça).
Leia mais:“Era um repórter, no sentido mais stricto sesun da palavra, antes de ser fotógrafo. Mas quando clicava tinha uma visão que poucos têm. Visão quase mágica, pura perfeição que bamboleava entre a perfeição da luz e o rigor da informação. Coisa rara hoje em dia e quem teve o privilégio de trabalhar com ele, como eu e o jornalista Dilson Pimentel (seu melhor amigo), sabe muito bem da capacidade do Ary Souza transformar imagens simples como, por exemplo, um navio amarrado no cais do porto em fotografia premiada e que virou referência aos fotógrafos mais jovens”, escreveu o diretor executivo o DOL, Mauro Neto.
“Ary fez história e faz parte da minha história desde o início da carreira. Me ajudou muito nas pautas e adorava o encontrar num mercadinho perto da minha casa. Quando passava por ali caminhando e via o Ary…parava, proseava e era sempre uma alegria. Estou triste e em oração para que ele faça sua passagem em paz”, escreveu outra colega, a jornalista marabaense Priscilla Amaral. (Da Redação, com informações de Franssinete Florenzano)