Correio de Carajás

Derrocamento do Pedral do Lourenção volta à pauta da Câmara

Enquanto Ibama leva licenciamento ambiental no banho-maria, presidente da Câmara diz que vai convocar órgão para reunião

Na sessão ordinária desta semana na Câmara Municipal de Marabá, o presidente do Poder Legislativo, Pedro Corrêa Lima, O Pedrinho Corrêa (União Brasil), ressuscitou um discurso que está adormecido desde 2019: derrocamento do Pedral do Lourenção. Ele disse que foi convidado para um café da manhã com membros da ACIM (Associação Comercial e Industrial de Marabá) para discutir esta e outra pauta.

Do encontro, participaram vários empresários, entre os quais Ítalo Ipojucan, Delano Remor, Eugênio Alegretti, Albérico Araújo Júnior, entre outros. “Eles vieram trazer duas pautas extremamente importantes para Marabá e região. Sugeri para que a ACIM fizesse um ofício, encaminhando para a Comissão Especial de Desenvolvimento desta Casa, para que a gente ampliar a discussão e chame os envolvidos para um diálogo”.

Em relação ao derrocamento do Pedral do Lourenção, Pedrinho Corrêa considera que os líderes políticos regionais ficaram adormecidos com essa promessa, que iniciou ainda em 2014, quando a então presidente Dilma Rousseff veio a Itupiranga e fez o lançamento da pedra fundamental do Pedral do Lourenção. “E de lá pra cá a gente tem feito vários debates. Inclusive o atual governador, também já esteve aqui fazendo esse lançamento, mas infelizmente até hoje não aconteceu. Há aproximadamente seis meses que todos nós estamos só ouvindo as conversas e não fazemos nada. Esse manifesto aqui na tribuna, eu tenho certeza que é um manifesto de todos os vereadores. É da Associação Comercial e de toda a sociedade, porque todos sabem da importância desse modal para o município de Marabá. Então, nós não devemos ficar calados, temos de ir para cima, nos mobilizarmos com a bancada federal e saber o que é que está acontecendo, porque até hoje esse licenciamento está parado no Ibama”, relembra.

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O presidente da Câmara salienta que a viabilidade da navegabilidade do Rio Tocantins para transporte de cargas é importante para o Estado e o País, já que a rodovia PA-150 sofre com a grande quantidade de caminhões e carretas que trafegam com carga pesada. Prejudicando a via. “Precisamos de um corredor eficiente para transportar grãos do Mato Grosso e do Tocantins. O próprio presidente da República reconheceu a hidrovia para o Brasil”.

Ele diz não entender por que, até hoje, esse projeto está engavetado no Ibama. Avisou que vai solicitar uma reunião da Comissão de Desenvolvimento com o gerente do Ibama em Marabá para entender o que está acontecendo e cobrar celeridade na liberação desse processo ambiental.

“A manifestação dos membros da ACIM e vou pedir ao presidente da Comissão Especial de Desenvolvimento para marcar uma reunião para a gente abordar esse assunto o mais rápido possível”.

IBAMA

A última notícia que se tem sobre o Pedral do Lourenção foi em 24 de novembro do ano passado, quando representantes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) acompanharam a equipe do Ibama, em vistoria ao Pedral do Lourenço, no local onde estão previstas as obras de derrocamento. A ação era mais uma etapa no processo de licenciamento ambiental do empreendimento, que fica entre a Ilha do Bogéa e Santa Terezinha do Tauri, em Itupiranga.

Além dos diretores de Planejamento e Pesquisa, Luiz Guilherme Rodrigues de Mello, e de Infraestrutura Aquaviária, Karoline Lemos, participaram da visita o coordenador-geral de Obras Aquaviárias do DNIT, Rodrigo Português, o coordenador-geral de Licenciamento Ambiental de Empreendimentos Fluviais e Pontuais Terrestre do Ibama, Regis Fontana Pinto, demais representantes do órgão e integrantes da superintendência regional do DNIT no Pará.

As obras de derrocamento do Pedral de Lourenço estão entre os principais empreendimentos estruturantes do DNIT e tem o objetivo de viabilizar o tráfego contínuo de embarcações e comboios em um trecho de 500 km, desde Marabá até a foz do Rio Tocantins, facilitando durante todos os meses do ano o escoamento da produção agrícola, pecuária e mineral que tem o Porto de Vila do Conde como destino.

Pedral – Com 43 km de extensão, o Pedral do Lourenço é uma formação rochosa no Rio Tocantins que aflora durante o período de estiagem e impede a navegação neste trecho do sudeste paraense. Para garantir a navegação durante todos os meses do ano, são necessárias obras pontuais que aumentam a profundidade – como a dragagem, que consiste na retirada de material solto no fundo do rio, e a derrocagem, que é a escavação das pedras aumentando a profundidade.

(Ulisses Pompeu e Luciana Araújo)